sexta-feira, 20 de maio de 2011

Criação de Personagens (1-4) - 1# As Tendências

As tendências, ou o que chamamos também de ''alinhamento'', é uma espécie de orientação bem básica na hora de construção de personagens. Tratam-se de três coordenções (Leal ou Ordeiro - Neutro - Caótico), seguida sempre da caracteristica de ''bom, neutro e mau''. Percorreremos por todas elas neste pequeno tutorial, com exemplos de personagens famosos que podem ser caracterizados por essas denominações.

Só lembrando que - O alinhamento trata-se do ''esqueleto'' do personagem, antes de começar a trabalha-lo e lapida-lo, é indicado que se use uma dessas tendências. Mas se não quiser seguir nenhuma, nada te impede de pular para a segunda etapa, que sairá em breve. E é claro, não acredite que a fórmula te dará milagres. Quem faz a ora é sempre o artista, mas posso lhe indicar alguns caminhos.




1* - Leal ou Ordeiro

É o personagem que segue regras, sejam elas internas ou externas (hierarquicas, por exemplo). Sendo assim, a melhor representação dessa classe seria uma espécie de ''paladino'' medieval. Mas o que vale é não se ater ao ''senso-comum'' e brincar com essas leis. O personagem, por exemplo, pede ser um exilado, mas que tem um conjunto de crenças internas (ideológicas ou religiosas) que lhe tornam heróico ou bondoso.

Um bom exemplo disso é o anjo guerreiro ''Ablon'' de ''A Batalha do Apocalipse'', livro de Eduardo Spohr. Ablon foi banido dos céus por desafiar a soberania ditatorial dos Arcanjos, mas, apesar de não seguir uma determinada instituição, possui seus valores e ideais; luta e vive de acordo com esse bojo de verdades, que tem coerência para o personagem. Isso, tratando-se de um personagem ''bom''.

Super heróis estão atados a essa modalidade também. Mas, como eu disse, o legal é subverter as regras. Quando Allan Moore escreveu seu ''Watchmen'', ele teve a brilhante idéia de construir ''heróis mascarados'' com fraquezas e pontos negativos. Personagens como o ''Coruja'', que são frágeis e que possuem uma noção levemente turva, podem ser considerados ''Ordeiros Neutros'' - que não praticam necessariamente o ''bem ou o mal'', mas que servem como peões. Possuem seus sentimentos em relação as coisas, mas não sabem direito o que fazer. Em ''Watchmen'' o Coruja é uma figura completamente perdida e desolada, que funciona mais como um peão ou um paliativo á criminalidade. Em determinado ponto, ele mesmo diz ''quem precisa de tudo isso para bater em puta e trombadinha?''.


Um personagem maligno deste alinhamento, muito é retratado como um ditador, ou uma figura vilanesca que tem sede de poder. Como o Imperador Palpatine, de ''Star Wars''; ou até mesmo que possui isso como motivação, apesar de não estar afiliado á nenhuma instituição politica ou ideológica - como o caso de Voldemort, de ''Harry Potter'', que possui um conjunto de regras internas que servem a prositos considerados perversos, mas que também tem uma coerência interna muito grande para o personagem. No caso de Voldemort, tratava-se de subjulgar os que não podem fazer magia, e ''purificar'' o sangue dos que podem.


2* - Neutro

Quando um personagem é neutro, a coisa torna-se mais complicada. É uma área muito mais nebulosa, e que dá muito mais trabalho para o escritor. Basicamente, o neutro é colocado como uma espécoe de personagem ''indeciso'' - que não sabe em que lado está, ou que nem mesmo quer escolher um lado. Exemplificando, poderia ser o ''bandido que tem causas nobres'', ou o guerrilheiro/mártir (tipo o Che Guevara HAHA). Realmente, não há muito o que falar ai, trata-se mais de uma questão de imaginar e criar - justamente, esta é uma das areas mais próximas da realidade, aonde o personagem trás em seu cerne, capacidades para fazer o bem e o mal também.


3* - Caótico

Muitos acreditam que caótico é pura e exclusivamente perverso. Não é bem assim. O Caótico é o oposto do ordeiro, que não necessariamente é mau, mas que não segue nada além de si mesmo, e suas intuições. É o que busca beneficio próprio, tendo que passar por cima dos outros ou não. Sem leis, sem convicções. É um ''espirito-livre'' (entre muitas e muitas aspas)

O ''Caótico Bom'' é como um anti-herói. Ele até possui malicia, mas procura machucar o menor numero de inocentes possivel. Como Wolverine, ou até mesmo (quem diria) Jack Sparrow, que possuem um senso de ''moral e ética'' diferente de outros personagens bondosos. Sparrow é mais interessante, já que ele é como algo ''entre o caótico bom e o caótico neutro'' - ele pratica o bem quando lhe dá na telha, mas na maior parte das vezes ele é bondoso, podendo até ser heróico e se sacrificar por algo.

Já o ''Caótico Neutro'' é o personagem que simplesmente, não pertence ao mundo. esta na batalha por seus motivos e INEVITAVELMENTE será bom ou mau em algo, ainda que podendo variar durante o desenrrolar da trama. Como o Comediante, ainda de Watchmen, que tinha sua tendência a ir para o bem, mas que se corrompe e se torna mais pervertido conforme os anos se passam.

O ''Caótico Mau'' é o ápice da maldade. Ele não só não possue regra nenhuma, mas vai passar por cima de quem precisar passar para atingir seus objetivos, sempre perversos. Como o ''Coringa'' em ''O Cavaleiro das Trevas'', ou Victor Krueger'' em ''Highlander''. Dai, cabe a mente do artista criar em cima desses arquétipos. Pode ser um assassino, um bárbaro selvagem, um terrorista... qualquer coisa que não traga nada de bom.



Para finalizar, vale retomar, que isso é só uma indicação do que se fazer. Muitos autores não se importam com como eles vão estruturar seus personagens, mas eu, particularmente, achava interessante começar dando exemplos do que são estas tendências e de como aplicá-las ao texto, mantendo sempre a coêrencia interna da narrativa.

(continua)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Critica de PÂNICO 4


O primeiro ''Pânico'' é considerado por muitos como o filme que salvou o gênero de terror, especialmente o gênero slasher, que estava em declinio no final dos anos 90. É, realmente, um filme inovador, que recicla formulas do estilo, e brinca com elas d emaneira sarcástica e irônica. E é, claro, foi um grande sucesso - então continuações já estavam programadas.

O segundo e terceiro filmes, devem ser encarados como meramente ''filmes de estúdio''. Particularmente, não consigo falar muito desses, principalmente por que me lembro de que se tratavam de repetições dos pontos aonde o primeiro tinha sido vitorioso. E, nove anos depois surge essa sequência, que promete renovar a franquia.

Realmente, esse filme mostra o talento de Wes Craven, que decide fazer uma ''comédia de Terror'', quase que literalmente. Desde a cena inicial com ''um filme dentro do outro'', até a cena final (afaste-se!) toques de humor estão presentes. Outra inovação, foi conseguir adaptar a premissa de Pânico aos dias atuais, aonde todos tem celulares, por exemplo, e aonde a informação circula muito rápido - com muito mais velocidade do que em 1996, isso eu garanto. Então temos comentários engraçados a respeito das redes sociais e da febre tecnologica (por exemplo, todos na cidade possuem um aplicativo com a voz caracteristica do matador Ghostface).

Diferentemente de ''Deixe-me Entrar'' que aposta nos momentos de drama intenso, ou de ''Doce Vingança'' que promete ser o filme mais perturbador já feito (e realmente não é bem sucedido), ''Pãnico 4'' tem um roteiro que circunda uma mesma formula de seu original, porém com o advento dos ''tempos modernos''. Muito humor, não tira o mérito das partes assustadoras e chocantes - o filme possui cenas intensas e bem sacadas.

Mas, o meu problema com Pânico 4 é que ele inova na adaptação, mas continua narrando a mesma formula. Claro, com esses novos elementos inteligentemente ligados a trama, mas essa trama em si, não traz grandes inovações. Inclusive, a própria cena final é muito semelhante ao primeiro. Isso pode ser um mérito, ou demérito - na minha interpretação, foi demérito.Não estraga a projeção, mas tira a intensidade da experiência...

No geral, ''Pânico 4'' é um bom filme pipoca. Divertido, não deixa de ter horror em seu enredo, mas não inova em muita coisa. Comete o mesmo pecado das outras sequências da série que é o de reciclar a fórmula, coisa hirônica para uma franquia que tinha de tudo para inovar. Acertando em alguns pontos e errando em outros, ''Pânico 4'' é merecedor de TRÊS ESTRELAS E MEIA ;)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Filmes estranhos que tenho baixado #01 - Os Espiritos

Ultimamente tenho baixado muita tranqueira. Eis alguns dos titulos mais peculiares...



Os Espiritos - de PETER JACKSON
(The Frighteners)




Uma pérola da dublagem no Sbt e na Globo, se você é como eu e cresceu nos anos 90, concerteza essa produção B de Terror estava no seu top cinco de filmes de Horror. O filme é dirigido por ninguem mais ninguem menos que PETER JACKSON - sim! aquele de ''O Senhor dos Aneis, King Kong, e Um Olhar do Paraiso''. Claro que essa já é uma história conhecida. Peter Jackson dirigia filmes menores antes de fazer surperproduções. E essa é provavelmente minha favorita. Durante os créditos iniciais, nós vemos o tanto de gente que está envolvida com esse filme (o produtor é Robert Zemeckis - aquele de ''Forrest Gump'' e a trilha sonora é assinada por Danny Elfman, que é famoso por sua parceria com Tim Burton). Antes de ''Um Olhar do Paraiso'', Jackson tinha conduzido outra história de fantasmas e sobrenatural divertidissima.

A historia gira em torno de MICHAEL J FOX.- Sim, o Martin McFly!!- Que é um ''investigador paranormal'' fajuto, que contrata espiritos para pregarem peças e sustos nas pessoas, para que ele consiga emprego. No entanto uma série de assassinatos começa a acontecer, e ele é o unico que consegue ver o assassino - um espirito que se veste com um manto marrom, encapuzado - Sinistrissimo...Logo ele se ve preso numa rede de intrigas para resolver o caso e descobrir as respostas para traumas de seu passado.

Se você gosta de comédia, de terror e de efeitos precarios, este é o filme para sua noite de sabado.



- O Espirito Maligno.

- O Herói (M.J. Fox)


- A LENDA, porra!!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Top Five - Serial Killers mais cruelmente perturbadores do cinema



- John ''Jigsaw''
(Jogos Mortais I,II,III,IV,V,VI,VII,VII,VIIIXXDFDGGFDDwhatever)



Olha só, eu sei que vou ser bem ofendido por isso.
''Como você coloca um assassino de filmes de terror teen numa lista repleta com outros psicopatas complexos???''. Mas eu não posso evitar. John Kramer possui uma das mentes mais doentias e assustadoramente interessantes. É claro que isso foi torcido e explorado a exaustão pelos produtores/escritores da franquia ''Jogos Mortais'', mas isso não apaga a premissa do personagem, e como ela é melhor desenvolvida quando somos apresentados a ele no segundo filme da série. Claro que depois disso, ele foi se tornando cada vez mais clichê - quando deram um passado trágico a ele foi a pior parte. Mas antes disso, temos a história de um homem rancoroso que quer torturar sua vitmas, mental e fisicamente, por não aproveitarem a vida privilegiada que possuem. Isso se encaixa perfeitamente em um filme de terror. Boa motivação é tudo o que falta para a cosntrução de um personagem serial killer de horror, e aqui, essa falta foi suprida.


- Norman Bates
(Psicose)



Esse é um daqueles personagens que eu sinto que não preciso falar nada. Não só por sua reputação o preceder, mas por essa imagem. Olhe bem no rosto dele, e ele lhe irá traduzir tudo o que precisa saber sobre esse assassino. Claro, que vindo do filme mais famoso de suspense de todos os tempos, nada poderia decepcionar - a atuação de Anthony Perkins? Incrivel! - suas falas? Incrvieis! - suas motivações? Perfeitamente perturbadoras!. Não quero estragar o filme para ninguem dessa geração mais nova que não tenha visto o filme ainda, por isso não vou falar muito. Saiba só que se trata de uma figura psicótica que possui uma relação estranha com sua mãe...


- Patrick Bateman
(Psicopata Americano)


Olha o Batman aí...
Esse é um dos menos conhecidos psicopatas do cinema. E um dos mais fascinantes também. O ator Christian Bale viveu (antes de topar ser o ''Homem-Morcego'') um escroto homem de negocios que é obcecado com a definição muscular do própio corpo. Certa noite, desconta o stress do trabalho em um mendigo na rua, e dai passa a gostar de matar. Mata seu amigo, suas namoradas, sua amante... mata muita gente. Claro que performance de Bale deu muito de veia cômica ao personagem. Em uma critica sagaz e hirônica á sociedade capitalista moderna, o filme mostra, com altas doses de humor negro, como o psicopata pode nascer dentro dos mais comuns engravatados por ai. Minha cena favorita é quando ele narra para uma vitima o sentido de uma musica, antes de mata-la ao som da mesma. Perturbador!

Filme mais que recomendado !!

- Hannibal Lecter
(Silêncio dos Inocentes - Hannibal - Dragão Vermelho - Hannibal: A Origem do Mal)


Com uma história narrada em quatro filmes, o psiquiatra canibal Hannibal Lecter é considerado por muitos o melhor vilão de todos os tempos. Eu não quero me demorar nele, quando tanta coisa já foi dita, ja foi debatida e etc. Ele está nessa lista não só por ser um ótimo vilão, mas pela atuação aterrorizante de Hopkins, que fez absurdos nos três filmes em que aparece ( destaque para o primeiro). Manipulador, maligno, inteligente, sarcástico ele tem tudo. Motivações torpes, ódio, rancor, desprezo e imoralidade estão associadas á sua figura. Lecter tem de tudo que faz um personage, ser perfeitamente perverso.

Então porque o segundo lugar?

Porque, meu amigo, nada é mais cruel que a realidade...


- Herry Lee Lucas

(Retratos de um Serial Killer)


Inspirado em um assassino real, o filme ''Retratos de um Serial Killer'' é, sem dúvida, o mais perturbador que já abordou o tema. E o que dizer de um cara que matou a própria mãe com justificativa de que ''ela era só mais uma vagabunda''??. Na categoria de ''spree killer'' ou ''matador impulsivo'' Henry faz o tipo solitário e perturbado, e é daqueles que mata por impulso, compulsão e instinto. Quando ele estoura, ele realmente estoura. Junto com um amigo matou muitas pessoas. O filme é realmente perturbador e não indicado para os de coração fraco. A frieza com que Henry olha, o vazio que ele carrega no olhar, é de se imaginar a dor e confusão que o personagem traz dentro de si. Claro que a direção do filme faz um grande trabalho, mostrando mortes brutalmente realistas e chocantes. Você não encontra esse longa em locadoras, nem em sebos que se presem, de tão perturbador que é o filme. Mas uma busca na internet e você o encontrará ;)

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Menção Honrosa - Mickey e Mallory Knox
(Assassinos por natureza)




Não poderia deixar de falar do casal de ''Mass Murderers'' mais adorado da América (quem viu o filme ou pelo menos leu meu texto sobre ele, vai entender o que estou falando). Interpretados por Woody Harrelson e Juliette Lewis o casal apavora e se torna ícone nacional ao matar muita gente em uma auto estrada. E tudo isso sem motivo nenhum. Foi só pela diversão.

sábado, 2 de abril de 2011

Terror/Suspense#01 - O Silêncio dos Inocentes


Filmado no final dos anos 80 mas lançado somente em 1991, o thriller policial ''O Silêncio dos Inocentes''(The Silence of the Lambs) se tornou uma das principais referências em filmes de suspense. Tratando a brutalidade humana de forma crua e espantosamente realista, o longa de Johnathan Demme choca e perturba, mesmo sendo visto tanto tempo depois de seu lançamento.

Baseado no livro de Thomas Harris, o roteiro circunda á fragilidade da personagem Clarice Starling (interpretada magnificamente por Jodie Foster), uma agente do FBI que ainda está na academia e que recebe uma missão de seu supervisor - entrevistar o frio assassino em série Hannibal Lecter (palmas para Hopkins), para conseguir o perfil psicologico de outro assassino a solta; Buffalo Bill, que esfola garotas e as mata em seguida.Para conseguir ter seu intento realizado, Starling cai nas artimanhas de Lecter, que a obriga aentrar em um joguinho mental de ''toma lá, dá cá'',ou seja - para conseguir uma informação sobre o caso, ela deverá contar algo de sua vida pessoal.

Durante o filme, a brincadeira do sádico Lecter começa tomar conta da vida da emocionalmente danificada Starling, que possui vários traumas enterrados em seu passado. Mas talvez enfrentar seus medos, ainda que pelos olhos de um psicopata, possa ser a saida que a agente precisava para mudar seu destino e conseguir capturar Bill.




Assassinos seriais já foram exaustivamente explorados pelo cinema. E em raras ocasiões, isso rendeu algo como vemos em ''O Silêncio dos Inocentes''. Um experiência brutal e intensa. Realmente pertubadora, considerando a riqueza de seus personagens e até mesmo a carga emocional da história, que é filmada brilhantemente por Demme. Usando truques de camêra que ficaram famosos (como a cena em que a face de Lecter aparece sobreposto ao roso de Clarice), o diretor consegue passar para a tela inforções importantes sobre os desejos e sentimentos dos personagens, além de criar o clima do mais absoluto Terror.

Pensando no lado mais filosófico (coisa em que sempre gosto de pensar), o filme retrata a maldade e a fraqueza de um olhar muito humano, que não deixa de ser aterrorizante - aliás, é mais aterrorizante. Lecter é uma mente terrivelmente doentia, mas que de algua forma, demonstra interesse pela fraca Starling. Seria somente pela ''diversão da caçada''?.Seria por desejo sexual?. Ou seria que ela despertou no fundo de sua alma, alguma coisa de compaixão?.

Com uma idéia ótima, o filme prossegue até seu bem orquestrado final, aonde tudo se fecha. não haverá grandes reviralvoltas, apenas um final bruto e terrivelmente frio, que certamente te deixará com um incômodo frio na espinha.




Sem dúvia, um filme que merece ser visto, e debatido repetidas vezes. É mais que indicado; uma experiência única no meio do suspense (e do terror). Boas atuações, personagens densos - ''O Silêncio dos inocentes'' é um filme que reinventa o gênero, dando até mesmo certo tom dramático aos thrillers. não existe hoje um filme de horror que não tenha a influência desse longa. Sem mais, queria recomenda-lo a todos que queiram um ponto de vista ssustadoramente humano, do que há de mais inumano em nós.


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sábado, 26 de março de 2011

Critica de SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL


Desde seu primeiro trabalho reconhecido, ''Madrugada dos mortos'', o diretor Zach Snyder tem se mostrado muito inovador em diversos aspectos, sendo o principal, o uso da imagem de maneira quase que ''quadrinistica'' na hora de compor quadros. Aqui, ''Sucker Punch'' segue a linha de filmes como ''300'' e ''Watchmen'', e faz uma homenagem ao universo pop/nerd com muito exito e louvor.

Mas o filme não fica somente nisso. O roteiro, apesar de não ser tão maravilhoso, é eficiênte e desenvolve bem a premissa do argumento. A trama circunda a história de Babydoll, uma menina que, após as mortes de sua mãe e de sua irmã, é enviada para um sanatório por seu padrasto. lá dentro, tenta descobrir uma forma de fugir, criando realidades alternativas dentro de sua própria mente.

Falando da fotografia, uma marca registrada de Snyder, ela serve bem a narrativa, especialmente nos dois primeiros ''planos de realidade'', aonde a coloração cinza estilizada funciona muito bem, especialmente para retratar a podridão do lugar no qual as personagens estavam inseridas. Com o decorrer do filme, essa tecnica vai sendo reiventada por Snyder - que se aprimora em seu estilo de filmar.

O roteiro mergulha nos mundos de uma maneira muito interessante, e as cenas são bem montadas e recortadas. E os mundos são realmente fantásticos. Snyder usa todo tipo de referência e cria uma obra legitimamente ''pop''. Por exemplo, temos referência á mundos ''steampunk'', a rpg e a obras de ficção cientifica (e até mesmo, uma pequena homenagem a videogames e animes).

Mas a obra não é perfeita. O filme não tem um fechamento tão satisfatório, ainda mais por tentar se sustentar no artificio de ''quero mandar uma mensagem''. A mensagem, no caso, soa clichê e muito batida. Apesar de ser valida, não ha muita sutileza na hora de enviar essa mensagem e o que fica é algo muito artificial.

Mas isso não tira a competência do longa, ainda mais pra quem é um entusiasta do mundo pop (quadrinhos/videogames/rpg). Se você curte essas coisas, seja bem vindo ao clube de fãs de ''Sucker Punch'', outra bela obra de Snyder, que nos deixa tranquilos esperançosos, especialmente para vermos como ele dará seu toque especial para o novo ''Superman''. Com uma história inventiva em seu conceito, com bela fotografia e competênte andamento, o filme é uma experiência quase completa, apesar de não ser perfeita tem muitos méritos. Levando QUATRO DE CINCO ESTRELAS no meu rank pessoal, indico Sucker Punch para quem quiser ter a cabeça explodida por efeitos deslumbrandes e um visual arrebatador.


PS - Nem citei a bela trilha sonora, que vergonha =(

quinta-feira, 24 de março de 2011

[Especial] Vidas sem Luz - Darren Aronofsky e seu ''Requiem para um Sonho''

Titulo Original - Requiem for a Dream
Direção - Darren Aronofsky

Roteiro - Hubert Selby Junior
Elenco - Jared Leto, Marlon Wayans, Jennifer Connelly e Ellen Burstyn



Requiém para um Sonho é diferente de tudo o que você já viu. Como um drama, possui uma plástica muito estilizada, que o torna um filme unico - Um visual muito inspirado em filmes que possuem cargas cavalares de subjetividade em seus roteiros, como ''Trainspotting'' e ''Mistérios e Paixões (Naked Lunch)''. Não era pra menos. O intimismo da narrativa, aliada ao bom uso e conhecimento da tecnica filmica criaram uma obra que dialoga diretamente com o espectador, em niveis inacreditavelmente profundos e até mesmo emotivos. Isso é uma carga dramática fantásticamente bem lapidada pelo diretor e pelo roteirista.

O filme narra a história de quatro personagens que tem suas vidas unidas por uma coisa quase que inerente a todo ser-humano - O ideal. O sonhar. Sem medir os riscos e as consequências de seus atos, Harry (Leto) e Tyrone (Wayans) decidem começar a traficar drogas. Vemos todo o submundo e marginalização do ser humano pela ótica dos dois rapazes, que sonham com glória. Paralelo a isso, vemos a história da mãe de Harry, Sara, que recebe um convite para participar de seu ''programa de auditório'' favorito. Seguindo essas linhas e usando e abusando do casamento perfeito entre a musica e as imagens o filme prossegue, se tornando um verdadeiro espetáculo moderno sobre o desespero, a dor e a loucura de quem carrega algo morto dentro de si - Um inatingivel sonho.




Darren Aronofsky soube muito bem usar bons elementos para criar o clima desejado e necessário para prender o espectador na cadeira. Desde a claustrofóbica tomada do inicio; a MAGNIFICA cena final, mostrando o trágico desfecho dos quatro personagens (a cena é filmada de cima, com os personagens em posições semelhantes, enquanto o explêndida ''Lux Aeterna'' toca como trilha sonora, ao fundo). Não é atoa que o diretor é considerado quase que um especialista em juntar a harmônia da musica com a métrica bem cauculada da montagem e da edição cinematográfica. basta uma olhadinha em seu mais recente trabalho, Cisne Negro, para notarmos isso. mas, por uma questão de gosto pessoal, considero que ''Requiem para um Sonho'' é o melhor momento do diretor, em especial nesse quesito. A musica é importantissima para a narrativa do filme. Não é atoa que o titulo carrega o nome de ''Requiem''.

Outra especialidade de Aronofsky é o drama intenso. Eu penso sempre nos longas melodramáticos que temos por aí. Os demais dramas são quase que brincadeira de criança perto de ''Requiem''. O filme te transtorna em um nivel tão subconciênte, que é impossivel não terminar boquiaberto e sem refletir o inteligente apelo amocional que o filme te mostra.Não é uma escolha ao acaso, narrar o filme nos suburbios e na marginalidade. Com um toque de critica social, o roteirista e diretor também quiseram, claro que com uma sutileza enorme, mostrar um fato incoveniênte - O Sonho Estadunidense está morto. As sociedades suprimiram a esperança e felicidade não consta na fórmula para o ''sucesso''.

Sem mais nada a acrescentar, apenas digo que ''Requiem para um Sonho'' é uma obra de mestre; um deleite cinematográfico. Coisa que é preciso cacife e muita habilidade para realizar. Recomendadissimo a todos.

ASSITAM!!



Um abraço \o/
Até a próxima.