domingo, 20 de fevereiro de 2011

Critica de BRAVURA INDÔMITA.


''Bravura Indômita'',é uma refilmagem de um clássico do western da década de 60,que,por sua vez,é inspirado um livro de mesmo nome.Logo que assisti aos trailers,confesso - fiquei empolgado.Criei grandes expectativas com relação ao filme dos Coen.Mas,conforme a projeção do filme realmente prosseguia,vi essas expectativas serem derrubadas,uma a uma.

Claro,posso ficar aqu falando da direção,da fotografia,da edição ou da montagem,que são pontos positivos do longa.Mas,o filme apresenta falhas gravissimas na minha opinião.O filme torna-se mais uma aventura,tipica de nossos tempos,com uma certa dose dramática,que não sustenta o roteiro e não empolga em quase nenhum momento.Os personagens realmente não são tão desenvolvidos.A protagonista,a garota Mattie Ross (a atriz Hailee Steinfeld),não é interessante,é somente mais uma espécie de ''menina-prodigio'',personagem tão descascado na industria.Também posso falar da atuação de Steinfeld - realmente,ela não é (pelo menos,pelo que pude ver nesta fita) uma atriz de expressão.

Falando dos outros personagens,temos Jeff Bridges (um bom ator,se não for ótimo) vivendo o federal Rooster Cogburn,que,se não fosse pela própria atuação de Bridges,poderia cair num verdadeiro ''clichê ambulante''.E temos também Matt Damon (curioso,os dois tem filmes comentados aqui,no blog) como o ''texas ranger'' LaBoeuf.Damon,não tem o talento de Bridges,e seu personagem é realmente ofuscado (tirando os erros do roteiro na hora do desenvolvimento do personagem).

Da história - Mattie Ross teve seu pai assassinado por um empregado,e deseja vingança.Para isso,ela contrata um federal excêntrico e violento para caçar o criminoso.Os dois serão acompanhados pelo patrulheiro texano LaBoeuf,que deseja capturar o criminoso por motivos próprios de seu estado.

O roteiro é a maior falha do filme.Poucos são os diálogos memoráveis.Quando digo que o filme se torna um mero ''filme de aventura'',quero dizer que - filmes de western mais clássicos eram famosos por conter um oteiro um pouco mais trabalhado,com sacadas que tornavam o ato de assistir o filme um experiência realmente interessante.Aqui,nada se acrescenta a nada,e dáa té mesmo o tom de vazio ao filme.

O filme,como já fo dito,se transforma em um filme normal de aventura de nossa época,nada de tão extraordinário.É um filme comum,com seus muito erros,mas que também tem seus acertos.Impossivel comaprar com ''Onde os Fracos não tem Vez'',também dos Irmãos Coen,que é um filme diferenciado e altamente recomendável.Aqui,''Bravura Indômita'' não faz nada além de pegar um roteiro simples e exibi-lo com bons aspectos técnicos.O filme,no entanto,se arrasta e possui uma ''gordura que poderia ser cortada''.

Mas,algo deve ser dito,o filme tem pontos positivos.A direção e a narrativa do filme é muito competente.A desvantagem que é a chatice do roteiro é,em muitos momentos,compensada pela técnica e habilidade dos Coen de se dirigir um filme.

Avalio ''Bravura Indômita'' como um filme pássavel.Não me pegou,não me comoveu,não me inspirou.Apesar da boa direção e dos bons aspectos técnicos,o roteiro que avalio como comum,não empolga e o filme não emplaca.Não darei,no entnato,uma pontuação baixa para o filme,pois não se trata de um filme ruim.É somente ''mais do mesmo''.Por isso,lhe dou TRÊS ESTRELAS EM CINCO.

Realmente,não é filme para Oscar,e eu estou na minha torciada para ''Cisne Negro'' levar essa.Veremos. ;)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quadrinhos Favoritos(2) - The Boys


Post mega-relâmpago para falar desta HQ maravilhosa ;)



Pense no seu herói favorito
Pensou ?
Quem ele é - O Superman,o Batman,o Homem-Aranha ?

Pois é,pense em todos os poderes,em toda a fama e todo o reconhecimento e baba-ovice da sociedade em cima desses caras.Pense que todo tipo de sentimento nobre que algum desses super-seres possa sustentar é facilmente ocultado por um ego inflado,por arrogância extrema e por megalomania.Então os ''heróis'' se tornam grandessissimos filhos da puta,não?

Essa é a premissa (genial) de ''The Boys'',escrita pelo mesmo roteirista de ''Preacher'' (leiam meu ultimo post q).Na Graphic Novel,um grupo de mercenários é contratado pela CIA para manter os ''heróis'' no lugar,caso eles usem seus superpoderes para algo que ameace a ''segurança nacional''.Não se engane,não se trata de algo tipicamente ''Yankee'',muuuuito pelo contrário.Toda a cultura de massa de adoração á seres magnanimos é desconstruida habilmente por Ennis - Os seres perfeitos de capa e colante se tornam nada além de ''show-off''.Adicione a essa mistura humor negro,violência gráfica,palavriado chulo e litros e mais litros de sangue,e você terá algo totalmente fora do politicamente correto Estadunidense.

Garth Ennis diz odiar os quadrinhos de heróis - pela pose,pela imagens,pelo discurso ultrapassado (na visão do autor).Não é atoa que ele foi responsável pela melhor fase do Justiceiro,que pra quem não sabe é o total oposte do que nossa mente imagina como ''herói''.Trata-se de uma figura quase que psicótica,que não para pra pensar antes de cometer um homicidio.

Logo na primeira revista,o líder do grupo de mercenários (o Açogueiro),coloca seu ponto de vista sobre as figuras heróicas da nossa era moderna.Um ponto de vista que pode ser realmente o do próprio autor.O mais legal da revista,está na tecnica narrativa adotada por Ennis e por seu ilustrador,que consiste em narrar a história fazendo um paralelo entre passado e presente,podendo explorar o passado de seus personagens atribuindo uma fluência maior a trama.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quadrinhos favoritos(1) - PREACHER



Escrita por Garth Ennis,''Preacher'' é o que vem á minha mente quando penso em uma HQ que realmente seja digna de receber o titulo de ''adulta''.Tratando de forma polêmica,temas como sexo,alcool,morte,e é claro,religião,a Graphic Novel de 66 edições se tornou uma de minhas favoritas assim que tive o privilégio de ler seu primeiro volume.O fato é que,só quem tem maturidade pode ler suas páginas sem ficar incomodado com o conteúdo ali retratado.

Falando da trama,trata-se da história do reverendo Jesse Custer,um pastor que se revolta com a quantidade de absurdos que era obrigado ouvir da boca da população de sua cidade no Texas.Coisas que iam desde estupros á ''comer merda'' para pagar apostas.No entanto,em uma manhã de sermão,Custer é possuido por ''Genesis'',uma criatura misto de demônio e anjo.Essa criatura concede á Custer a ''voz de deus'',ou seja,o dom de comandar as ações de outras pessoas.

O mais interessante da leitura,é ver como seres misticos são retratados.Dando um exemplo,anjos,querubins e serafins não são retratados com a pureza divina que costumamos a ver,mas sim com a arrogância típica de uma elite.Dando a luz da modernidade sobre a mitologia ''judaico-cristã'',Preacher choca por essa abordagem,crua e sombria - mas sem perder a chance de soltar uma piada soturna de vez em quando...

No decorrer de seu caminho para descobrir porque foi escolhido pelo ''Genesis'',Jesse Custer,se encontra com sua esposa,Tulipa'O'Hare e com o vampiro irlandês(!!),Cassidy ( provavelmente o vampiro mais modafucka já inventado).Juntos,eles partem em busca de respostas,enquanto o ''Santo dos Assassinos'',o espirito de um grande matador do seculo XIX,está no encalço dos três.

''Preacher'' funciona como um tapa na cara,e sem nenhum motivo.Foi uma agressão,só pelo prazer da coisa - mas que ainda assim te faz parar para pensar sobre certas coisas.É isso que gosto tanto na HQ.Ela funciona como o antídoto á tantos ''livros de auto-ajuda'' que somos obrigados e digirir enquanto o mundo apodrece.


(tá bom,juro que vou parar por aqui).

Enfim,recomendo que você leia,ainda mais se estiver familizarizado com o selo VERTIGO de quadrinhos,ou se leu alguma HQ mais adulta,como ''Kick Ass'' e gostou.Você está entrando no caminho correto... ;)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Critica de CISNE NEGRO


Eis o grande filme que todos estavam esperando.
Se tratando de dramas,''Cisne Negro'' tem muito de influência de ''thrillers''.Apesar do peso dramático do roteiro,o filme é construido num visual quase que Hitchcockiano.Mas não se engane - aqui ,não veremos assassinos psicóticos,nem nenhum perigo batido e já exaustivamente explorado pela industria.Aqui,o perigo é você mesmo.Sua própria personalidade,o que você pode se tornar e etc.Se na minha análise de ''Deixe-me Entrar'' eu falei sobre um ''lado negro'',aqui,essa questão é colocada á um ponto limite.

Natalie Portman é uma fragil bailarina,que deseja conseguir o papel principal em uma montagem de ''O Lago dos Cisnes''.Com um passado negro e patológico (que realmente não é jogado na sua cara como outros filmes fazem,é apresentado com uma incrivel sutileza),com uma mãe obssessiva,e que deve lidar com problemas em sua própria mente.

Com o desenrolar do filme,vemos como a personagem de Portman deve lidar com esses problemas e se transformar - da figura frágil,sensível e ingênua,para algo ''mais''.No entanto,esse processo quase a destruirá ... e vou parar de falar por ai para evitar spoilers.

Eu ainda não decidi o que brilha mais,na projeção - se é a direção,as intepretações (Nat faz aqui,seu melhor filme) ou se são os aspectos tecnicos (fotografia estilizada,som,trilha sonora e montagem).Mas acho que fico com o roteiro,como grande astro.Vemos uma profundidade fantástica,coisa que fica cada vez mais raro de se ver por aí.A densidade da história me toca,ao ponto de que,em determinado momento,me vi refletindo sobre minhas próprias fraquezas e momentos de ''loucura''.

Quanto aos tais momentos de loucura - cada um deles funciona como alegorias ao que está sendo contado na linha principal da história,que irá compor o psicológico da personagem.Aliás,eu estive pensando,e acredito que este filme é inteiramente narrado sob a perspectiva da protagonista.E não se engano,a ''narração em off'' não está presente no filme - o que coloco é que a todo momento estamos em contato com o que sente aquela personagem,o que ela vê e o que ela pensa,até mesmo sem saber se o que vemos é real ou onirico (muitas cenas do filme tratam dessa camada ''realidade/sonho'').

Muitos não irão se sentir confortáveis com o forma de filmar do diretor (mesmo de ''Requiem para um Sonho''),o que torna a experiência ainda mais intensa.Realmente,ver esse filme no cinema foi algo único - não terá o mesmo impacto do que assisti-lo em casa.

Cisne Negro é uma experiência única,como entrar na cabeça de outra pessoa,e o filme tenta passar os setimentos e senções dessa pessoa para o público com a tecnica filmica e usando de grandes atuações.É um trabalho de artista,um filme que provavelmente será referência futura para as gerações vindouras.Com uma ótima base,uma obra cinematográfica na qual as imagens e os sons complementam a escrita com uma beleza e harmonia quase que sinfônica.É um filme amis que recomendado,mas que tem uma intensidade que não será entendida ou apreciada por todos.Só para os mais ''profundos''.Eu concedo á Cisne Negro CINCO ESTRELAS EM CINCO.





















PS - Post dedicado á Prii e ao Daniel,que viram essa obra prima comigo - e que são ''leitores assiduos'' aqui do blog ;)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Critica de DEIXE - ME ENTRAR

Ao falar de Horror Norte-Americano,é preciso sempre ter muito cuidado e respeito.No passado,a terra do Tio-Sam já produziu grandes clássicos (embora os mais ''alternativos'' prefiram o cinema Italiano,com seu mestre Dario Argento).É inegavel o mérito de filmes como ''O Iluminado'' ou ''O Exorcista'',que nas décadas de 70 e 80 tratavam com maestria sobre temas sobrenaturais.

É também inegavel os méritos do cinema ''grindhouse'',com sua maior obra - ''Uma Noite Alucinante'' ou ''A Morte do Demônio 2 '' (vale a pena dizer que o primeiro ''Evil Dead'' era,o que na industria chamamos de ''gore'',um gênero distinto ao ''trash'',que se limita á violência extrema e chocante).E,é claro, podemos incluir na lista,filmes de um suspense intenso,como ''O Silêncio dos Inocentes'' e ''Se7en'',que traziam o pânico e o terror para a mundo mais crível.

Atualmente o cinema de Horror Norte-Americano (pelo menos,a cena ''mainstream'') tem se dedicado a fazer um filme pior que o outro*.E da-lhe remakes de filmes clássicos,e continuações,e filmes imbecis que não são intensos nem para uma criança de quatro anos...

Na ''Nova Era'',a moda é refilmar.Refilmagem de filmes asiáticos e europeus.E não é só por que os americanos não gostam de ler legendas.Tem uma questão maior que é a linguagem cinematográfica usada nesse tipo de filme de Terror,que não iria atrair as massas estadunidenses pros cinemas.Pelo menos,é o que pensam os grandes produtores e tubarões da Indústria.

E assim veio a noticia de refilmar um filme sueco - o ótimo ''Deixa ela entrar''.Ai começam os questionamentos - ''seria preciso uma adaptção par aos cinemas norte americanos?''.Sendo preciso ou não,o fato é que fui conferir a visão Hollywoodiana de ''Deixe ela entrar''.E quer saber? - dane-se se é preciso,ou não - se for uma coisa de qualidade e fiel a obra original,não tem porquê se preocupar.E sim,''Deixe-me entrar'' é maravilhoso.

Uma coisa,no entanto,deve ser dita.''Deixe-me entrar'' é inferior ao seu original.Mas digo isso,mais por questão de gosto pessoal,do que qualquer outra coisa.mas essa não é a questão.O filme tem um peso dramático tão intenso,que o horror e o absurdo do filme são as situações em que o protagonista se encontra.É extremamente tenso ver um garotinho de doze anos adentrando em um lugar sombrio,que nem ele sabe como controlar.A metáfora do filme é essa 9pelo menos,foi uma das minhas interpretações) - a infância pode ser uma fase complicada,para muitos,então,nada mais adequado do que representar isso com o horror de uma relação entre um garotinho inocente e um vampiro da mesma idade - representando a total desolação e falta de inocência.

Em determinado momento da projeção a garota Abby (vivida por Chloë Grace Moretz),o vampiro da história,diz para o garoto Owen (o espetacular Kodi Smit-McPhee,que muitos devem conhecer como o garotinho de ''A Estrada'') ''I 'am Nothing'',ou,''Eu não sou nada''.Isso volta a questão do vampiro como um ser que odeia a si próprio e odeia o que deve fazer para sobreviver.Uma metáfora conveniênte para a violência da natureza humana e nosso conflito com a moral.Acho isso brilhante!

Enfim,não quero falar nada sobre montagem,sobre direção,sobre trilha sonora,edição de som e outros aspectos tecnicos. Só queria dizer - Que bom que os americanos viram nesse tipo de história,um roteiro rentavél,pois imagine se a moda pega?.Imagine voltar a ver grandes filmes de terror com um grande nivel de profundidade,com tensão e até mesmo com drama,ao contrário das fitas rasas e pifias que temos hoje em dia??

Eu realmente espero que ''Deixe-me entrar'' sirva de exemplo para os ''Yankees'',para que o bom horror pessa voltar a circular no circuito principal,e que essas fitas chupadas e sem alma (e porque não - sem sangue?) sejam extirpadas para o quinto dos infernos.

Pela fidelidade á obra original,por todos os temas levantados e pela esperança de trazer o bom terror de volta ás telas,eu só posso dar á ''Deixe me entrar'' o ranking de CINCO ESTRELAS EM CINCO!!




*
Eu sei um pouco sobre o atual terror norte americano,que,fora do circuito comercial ainda gera alguns frutos.Mas entendam o ponto de minhas esperanças - atrair produtores e diretores para filmes como ''Deixe-me entrar'',poderia tirar o terror do underground e dar-lhe a boa caracteristica que merece - a de CINEMÃO!