sábado, 26 de março de 2011

Critica de SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL


Desde seu primeiro trabalho reconhecido, ''Madrugada dos mortos'', o diretor Zach Snyder tem se mostrado muito inovador em diversos aspectos, sendo o principal, o uso da imagem de maneira quase que ''quadrinistica'' na hora de compor quadros. Aqui, ''Sucker Punch'' segue a linha de filmes como ''300'' e ''Watchmen'', e faz uma homenagem ao universo pop/nerd com muito exito e louvor.

Mas o filme não fica somente nisso. O roteiro, apesar de não ser tão maravilhoso, é eficiênte e desenvolve bem a premissa do argumento. A trama circunda a história de Babydoll, uma menina que, após as mortes de sua mãe e de sua irmã, é enviada para um sanatório por seu padrasto. lá dentro, tenta descobrir uma forma de fugir, criando realidades alternativas dentro de sua própria mente.

Falando da fotografia, uma marca registrada de Snyder, ela serve bem a narrativa, especialmente nos dois primeiros ''planos de realidade'', aonde a coloração cinza estilizada funciona muito bem, especialmente para retratar a podridão do lugar no qual as personagens estavam inseridas. Com o decorrer do filme, essa tecnica vai sendo reiventada por Snyder - que se aprimora em seu estilo de filmar.

O roteiro mergulha nos mundos de uma maneira muito interessante, e as cenas são bem montadas e recortadas. E os mundos são realmente fantásticos. Snyder usa todo tipo de referência e cria uma obra legitimamente ''pop''. Por exemplo, temos referência á mundos ''steampunk'', a rpg e a obras de ficção cientifica (e até mesmo, uma pequena homenagem a videogames e animes).

Mas a obra não é perfeita. O filme não tem um fechamento tão satisfatório, ainda mais por tentar se sustentar no artificio de ''quero mandar uma mensagem''. A mensagem, no caso, soa clichê e muito batida. Apesar de ser valida, não ha muita sutileza na hora de enviar essa mensagem e o que fica é algo muito artificial.

Mas isso não tira a competência do longa, ainda mais pra quem é um entusiasta do mundo pop (quadrinhos/videogames/rpg). Se você curte essas coisas, seja bem vindo ao clube de fãs de ''Sucker Punch'', outra bela obra de Snyder, que nos deixa tranquilos esperançosos, especialmente para vermos como ele dará seu toque especial para o novo ''Superman''. Com uma história inventiva em seu conceito, com bela fotografia e competênte andamento, o filme é uma experiência quase completa, apesar de não ser perfeita tem muitos méritos. Levando QUATRO DE CINCO ESTRELAS no meu rank pessoal, indico Sucker Punch para quem quiser ter a cabeça explodida por efeitos deslumbrandes e um visual arrebatador.


PS - Nem citei a bela trilha sonora, que vergonha =(

quinta-feira, 24 de março de 2011

[Especial] Vidas sem Luz - Darren Aronofsky e seu ''Requiem para um Sonho''

Titulo Original - Requiem for a Dream
Direção - Darren Aronofsky

Roteiro - Hubert Selby Junior
Elenco - Jared Leto, Marlon Wayans, Jennifer Connelly e Ellen Burstyn



Requiém para um Sonho é diferente de tudo o que você já viu. Como um drama, possui uma plástica muito estilizada, que o torna um filme unico - Um visual muito inspirado em filmes que possuem cargas cavalares de subjetividade em seus roteiros, como ''Trainspotting'' e ''Mistérios e Paixões (Naked Lunch)''. Não era pra menos. O intimismo da narrativa, aliada ao bom uso e conhecimento da tecnica filmica criaram uma obra que dialoga diretamente com o espectador, em niveis inacreditavelmente profundos e até mesmo emotivos. Isso é uma carga dramática fantásticamente bem lapidada pelo diretor e pelo roteirista.

O filme narra a história de quatro personagens que tem suas vidas unidas por uma coisa quase que inerente a todo ser-humano - O ideal. O sonhar. Sem medir os riscos e as consequências de seus atos, Harry (Leto) e Tyrone (Wayans) decidem começar a traficar drogas. Vemos todo o submundo e marginalização do ser humano pela ótica dos dois rapazes, que sonham com glória. Paralelo a isso, vemos a história da mãe de Harry, Sara, que recebe um convite para participar de seu ''programa de auditório'' favorito. Seguindo essas linhas e usando e abusando do casamento perfeito entre a musica e as imagens o filme prossegue, se tornando um verdadeiro espetáculo moderno sobre o desespero, a dor e a loucura de quem carrega algo morto dentro de si - Um inatingivel sonho.




Darren Aronofsky soube muito bem usar bons elementos para criar o clima desejado e necessário para prender o espectador na cadeira. Desde a claustrofóbica tomada do inicio; a MAGNIFICA cena final, mostrando o trágico desfecho dos quatro personagens (a cena é filmada de cima, com os personagens em posições semelhantes, enquanto o explêndida ''Lux Aeterna'' toca como trilha sonora, ao fundo). Não é atoa que o diretor é considerado quase que um especialista em juntar a harmônia da musica com a métrica bem cauculada da montagem e da edição cinematográfica. basta uma olhadinha em seu mais recente trabalho, Cisne Negro, para notarmos isso. mas, por uma questão de gosto pessoal, considero que ''Requiem para um Sonho'' é o melhor momento do diretor, em especial nesse quesito. A musica é importantissima para a narrativa do filme. Não é atoa que o titulo carrega o nome de ''Requiem''.

Outra especialidade de Aronofsky é o drama intenso. Eu penso sempre nos longas melodramáticos que temos por aí. Os demais dramas são quase que brincadeira de criança perto de ''Requiem''. O filme te transtorna em um nivel tão subconciênte, que é impossivel não terminar boquiaberto e sem refletir o inteligente apelo amocional que o filme te mostra.Não é uma escolha ao acaso, narrar o filme nos suburbios e na marginalidade. Com um toque de critica social, o roteirista e diretor também quiseram, claro que com uma sutileza enorme, mostrar um fato incoveniênte - O Sonho Estadunidense está morto. As sociedades suprimiram a esperança e felicidade não consta na fórmula para o ''sucesso''.

Sem mais nada a acrescentar, apenas digo que ''Requiem para um Sonho'' é uma obra de mestre; um deleite cinematográfico. Coisa que é preciso cacife e muita habilidade para realizar. Recomendadissimo a todos.

ASSITAM!!



Um abraço \o/
Até a próxima.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Critica de DOCE VINGANÇA.

Primeiro, acho que devo um rápida explicação.
Porque eu fui ver este filme? -

Pra quem não sabe ''Doce Vingança'' é uma refilmagem, ou uma adaptação, do clássico do terror ''shock-o-rama'' dos anos 70; denominado de ''A Vingança de Jennifer''. O filme original é intenso, violento á niveis extremos - te choca/te agride/dá um tapa na tua cara sem nenhum motivo. Coisa que todo filme de terror das antigas fazia com muita habilidade, e que nenhum filme de terror mais novo faz. E outra, no meio do ano, saiu o filme ''Deixe-me entrar'', também um remake, só que de um filme sueco. E, para a surpresa geral, esta versão americana da história vampiresca é muito eficiênte. Queria eu que ''Doce Vingança'' fosse da mesma forma.

Pra começo de conversa, o filme não inova em nada, não choca em nada e nem sequer serve como entretenimento dos mais baratos. É fraco,fraco,fraco. Depois de ''Jogos Mortais'', ''O Albergue'' e dos filme de Robie Zombie(''A casa dos 1000 corpos'', por exemplo) filmes sobre tortura e sadismo não funcionam, se não sofrerem um reinvenção. Ou se pelo menos forem bem executados. Aqui, Doce Vingança não atinge nenhum dos dois aspectos.

O filme fala sobre a escritora Jennifer Hills, que se retira para um chalé longe da civilização para trabalhar em seu novo romance (que, pelo que nos é mostrado, seria horroroso como o roteiro deste filme). Enfim, lá ela é violentada por caipiras da região (as piores intepretações inclusas). não preciso nem falar que ela ficará profundamente perturbada e sairia num rampage de violência para exterminar seus algozes.

Quando digo que o roteiro é ruim, me refiro as falas. Também posso colocar na lista que a direção é ruim, visto que a ação é profundamente falha e mal planejada. O diretor, em determinadas cenas, usa o mesmo recurso já muito batido de utilizar microfonia para criar a tensão. Essa estratégia é tão rudimentar que não provoca mais nem frio na barriga.As atuações também são muito fracas. A protagonista não tem carisma nenhum, e os antagonistas são grotescamente mal encarnados.

Muito será comentado a respeito da fotografia, tentando atribuir o fato da fotografia ser monocromática e escura á um merito do filme. Quem tem exaustivamente visto filme e mais filme do gênero, já sabe que essa forma de fotografia é algo estupidamente passado. Ainda mais nos filmes atuais.

Enfim, ''Doce Vingança'' é um nada. Um zero, um filme sem nenhum atrativo.
UMA ESTRELA EM CINCO para fazer caridade.



Porque eu ainda assisto filmes desse tipo?
Acho que é o meu amor ao gênero...ou minha ingênuidade...