sexta-feira, 20 de maio de 2011

Criação de Personagens (1-4) - 1# As Tendências

As tendências, ou o que chamamos também de ''alinhamento'', é uma espécie de orientação bem básica na hora de construção de personagens. Tratam-se de três coordenções (Leal ou Ordeiro - Neutro - Caótico), seguida sempre da caracteristica de ''bom, neutro e mau''. Percorreremos por todas elas neste pequeno tutorial, com exemplos de personagens famosos que podem ser caracterizados por essas denominações.

Só lembrando que - O alinhamento trata-se do ''esqueleto'' do personagem, antes de começar a trabalha-lo e lapida-lo, é indicado que se use uma dessas tendências. Mas se não quiser seguir nenhuma, nada te impede de pular para a segunda etapa, que sairá em breve. E é claro, não acredite que a fórmula te dará milagres. Quem faz a ora é sempre o artista, mas posso lhe indicar alguns caminhos.




1* - Leal ou Ordeiro

É o personagem que segue regras, sejam elas internas ou externas (hierarquicas, por exemplo). Sendo assim, a melhor representação dessa classe seria uma espécie de ''paladino'' medieval. Mas o que vale é não se ater ao ''senso-comum'' e brincar com essas leis. O personagem, por exemplo, pede ser um exilado, mas que tem um conjunto de crenças internas (ideológicas ou religiosas) que lhe tornam heróico ou bondoso.

Um bom exemplo disso é o anjo guerreiro ''Ablon'' de ''A Batalha do Apocalipse'', livro de Eduardo Spohr. Ablon foi banido dos céus por desafiar a soberania ditatorial dos Arcanjos, mas, apesar de não seguir uma determinada instituição, possui seus valores e ideais; luta e vive de acordo com esse bojo de verdades, que tem coerência para o personagem. Isso, tratando-se de um personagem ''bom''.

Super heróis estão atados a essa modalidade também. Mas, como eu disse, o legal é subverter as regras. Quando Allan Moore escreveu seu ''Watchmen'', ele teve a brilhante idéia de construir ''heróis mascarados'' com fraquezas e pontos negativos. Personagens como o ''Coruja'', que são frágeis e que possuem uma noção levemente turva, podem ser considerados ''Ordeiros Neutros'' - que não praticam necessariamente o ''bem ou o mal'', mas que servem como peões. Possuem seus sentimentos em relação as coisas, mas não sabem direito o que fazer. Em ''Watchmen'' o Coruja é uma figura completamente perdida e desolada, que funciona mais como um peão ou um paliativo á criminalidade. Em determinado ponto, ele mesmo diz ''quem precisa de tudo isso para bater em puta e trombadinha?''.


Um personagem maligno deste alinhamento, muito é retratado como um ditador, ou uma figura vilanesca que tem sede de poder. Como o Imperador Palpatine, de ''Star Wars''; ou até mesmo que possui isso como motivação, apesar de não estar afiliado á nenhuma instituição politica ou ideológica - como o caso de Voldemort, de ''Harry Potter'', que possui um conjunto de regras internas que servem a prositos considerados perversos, mas que também tem uma coerência interna muito grande para o personagem. No caso de Voldemort, tratava-se de subjulgar os que não podem fazer magia, e ''purificar'' o sangue dos que podem.


2* - Neutro

Quando um personagem é neutro, a coisa torna-se mais complicada. É uma área muito mais nebulosa, e que dá muito mais trabalho para o escritor. Basicamente, o neutro é colocado como uma espécoe de personagem ''indeciso'' - que não sabe em que lado está, ou que nem mesmo quer escolher um lado. Exemplificando, poderia ser o ''bandido que tem causas nobres'', ou o guerrilheiro/mártir (tipo o Che Guevara HAHA). Realmente, não há muito o que falar ai, trata-se mais de uma questão de imaginar e criar - justamente, esta é uma das areas mais próximas da realidade, aonde o personagem trás em seu cerne, capacidades para fazer o bem e o mal também.


3* - Caótico

Muitos acreditam que caótico é pura e exclusivamente perverso. Não é bem assim. O Caótico é o oposto do ordeiro, que não necessariamente é mau, mas que não segue nada além de si mesmo, e suas intuições. É o que busca beneficio próprio, tendo que passar por cima dos outros ou não. Sem leis, sem convicções. É um ''espirito-livre'' (entre muitas e muitas aspas)

O ''Caótico Bom'' é como um anti-herói. Ele até possui malicia, mas procura machucar o menor numero de inocentes possivel. Como Wolverine, ou até mesmo (quem diria) Jack Sparrow, que possuem um senso de ''moral e ética'' diferente de outros personagens bondosos. Sparrow é mais interessante, já que ele é como algo ''entre o caótico bom e o caótico neutro'' - ele pratica o bem quando lhe dá na telha, mas na maior parte das vezes ele é bondoso, podendo até ser heróico e se sacrificar por algo.

Já o ''Caótico Neutro'' é o personagem que simplesmente, não pertence ao mundo. esta na batalha por seus motivos e INEVITAVELMENTE será bom ou mau em algo, ainda que podendo variar durante o desenrrolar da trama. Como o Comediante, ainda de Watchmen, que tinha sua tendência a ir para o bem, mas que se corrompe e se torna mais pervertido conforme os anos se passam.

O ''Caótico Mau'' é o ápice da maldade. Ele não só não possue regra nenhuma, mas vai passar por cima de quem precisar passar para atingir seus objetivos, sempre perversos. Como o ''Coringa'' em ''O Cavaleiro das Trevas'', ou Victor Krueger'' em ''Highlander''. Dai, cabe a mente do artista criar em cima desses arquétipos. Pode ser um assassino, um bárbaro selvagem, um terrorista... qualquer coisa que não traga nada de bom.



Para finalizar, vale retomar, que isso é só uma indicação do que se fazer. Muitos autores não se importam com como eles vão estruturar seus personagens, mas eu, particularmente, achava interessante começar dando exemplos do que são estas tendências e de como aplicá-las ao texto, mantendo sempre a coêrencia interna da narrativa.

(continua)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Critica de PÂNICO 4


O primeiro ''Pânico'' é considerado por muitos como o filme que salvou o gênero de terror, especialmente o gênero slasher, que estava em declinio no final dos anos 90. É, realmente, um filme inovador, que recicla formulas do estilo, e brinca com elas d emaneira sarcástica e irônica. E é, claro, foi um grande sucesso - então continuações já estavam programadas.

O segundo e terceiro filmes, devem ser encarados como meramente ''filmes de estúdio''. Particularmente, não consigo falar muito desses, principalmente por que me lembro de que se tratavam de repetições dos pontos aonde o primeiro tinha sido vitorioso. E, nove anos depois surge essa sequência, que promete renovar a franquia.

Realmente, esse filme mostra o talento de Wes Craven, que decide fazer uma ''comédia de Terror'', quase que literalmente. Desde a cena inicial com ''um filme dentro do outro'', até a cena final (afaste-se!) toques de humor estão presentes. Outra inovação, foi conseguir adaptar a premissa de Pânico aos dias atuais, aonde todos tem celulares, por exemplo, e aonde a informação circula muito rápido - com muito mais velocidade do que em 1996, isso eu garanto. Então temos comentários engraçados a respeito das redes sociais e da febre tecnologica (por exemplo, todos na cidade possuem um aplicativo com a voz caracteristica do matador Ghostface).

Diferentemente de ''Deixe-me Entrar'' que aposta nos momentos de drama intenso, ou de ''Doce Vingança'' que promete ser o filme mais perturbador já feito (e realmente não é bem sucedido), ''Pãnico 4'' tem um roteiro que circunda uma mesma formula de seu original, porém com o advento dos ''tempos modernos''. Muito humor, não tira o mérito das partes assustadoras e chocantes - o filme possui cenas intensas e bem sacadas.

Mas, o meu problema com Pânico 4 é que ele inova na adaptação, mas continua narrando a mesma formula. Claro, com esses novos elementos inteligentemente ligados a trama, mas essa trama em si, não traz grandes inovações. Inclusive, a própria cena final é muito semelhante ao primeiro. Isso pode ser um mérito, ou demérito - na minha interpretação, foi demérito.Não estraga a projeção, mas tira a intensidade da experiência...

No geral, ''Pânico 4'' é um bom filme pipoca. Divertido, não deixa de ter horror em seu enredo, mas não inova em muita coisa. Comete o mesmo pecado das outras sequências da série que é o de reciclar a fórmula, coisa hirônica para uma franquia que tinha de tudo para inovar. Acertando em alguns pontos e errando em outros, ''Pânico 4'' é merecedor de TRÊS ESTRELAS E MEIA ;)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Filmes estranhos que tenho baixado #01 - Os Espiritos

Ultimamente tenho baixado muita tranqueira. Eis alguns dos titulos mais peculiares...



Os Espiritos - de PETER JACKSON
(The Frighteners)




Uma pérola da dublagem no Sbt e na Globo, se você é como eu e cresceu nos anos 90, concerteza essa produção B de Terror estava no seu top cinco de filmes de Horror. O filme é dirigido por ninguem mais ninguem menos que PETER JACKSON - sim! aquele de ''O Senhor dos Aneis, King Kong, e Um Olhar do Paraiso''. Claro que essa já é uma história conhecida. Peter Jackson dirigia filmes menores antes de fazer surperproduções. E essa é provavelmente minha favorita. Durante os créditos iniciais, nós vemos o tanto de gente que está envolvida com esse filme (o produtor é Robert Zemeckis - aquele de ''Forrest Gump'' e a trilha sonora é assinada por Danny Elfman, que é famoso por sua parceria com Tim Burton). Antes de ''Um Olhar do Paraiso'', Jackson tinha conduzido outra história de fantasmas e sobrenatural divertidissima.

A historia gira em torno de MICHAEL J FOX.- Sim, o Martin McFly!!- Que é um ''investigador paranormal'' fajuto, que contrata espiritos para pregarem peças e sustos nas pessoas, para que ele consiga emprego. No entanto uma série de assassinatos começa a acontecer, e ele é o unico que consegue ver o assassino - um espirito que se veste com um manto marrom, encapuzado - Sinistrissimo...Logo ele se ve preso numa rede de intrigas para resolver o caso e descobrir as respostas para traumas de seu passado.

Se você gosta de comédia, de terror e de efeitos precarios, este é o filme para sua noite de sabado.



- O Espirito Maligno.

- O Herói (M.J. Fox)


- A LENDA, porra!!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Top Five - Serial Killers mais cruelmente perturbadores do cinema



- John ''Jigsaw''
(Jogos Mortais I,II,III,IV,V,VI,VII,VII,VIIIXXDFDGGFDDwhatever)



Olha só, eu sei que vou ser bem ofendido por isso.
''Como você coloca um assassino de filmes de terror teen numa lista repleta com outros psicopatas complexos???''. Mas eu não posso evitar. John Kramer possui uma das mentes mais doentias e assustadoramente interessantes. É claro que isso foi torcido e explorado a exaustão pelos produtores/escritores da franquia ''Jogos Mortais'', mas isso não apaga a premissa do personagem, e como ela é melhor desenvolvida quando somos apresentados a ele no segundo filme da série. Claro que depois disso, ele foi se tornando cada vez mais clichê - quando deram um passado trágico a ele foi a pior parte. Mas antes disso, temos a história de um homem rancoroso que quer torturar sua vitmas, mental e fisicamente, por não aproveitarem a vida privilegiada que possuem. Isso se encaixa perfeitamente em um filme de terror. Boa motivação é tudo o que falta para a cosntrução de um personagem serial killer de horror, e aqui, essa falta foi suprida.


- Norman Bates
(Psicose)



Esse é um daqueles personagens que eu sinto que não preciso falar nada. Não só por sua reputação o preceder, mas por essa imagem. Olhe bem no rosto dele, e ele lhe irá traduzir tudo o que precisa saber sobre esse assassino. Claro, que vindo do filme mais famoso de suspense de todos os tempos, nada poderia decepcionar - a atuação de Anthony Perkins? Incrivel! - suas falas? Incrvieis! - suas motivações? Perfeitamente perturbadoras!. Não quero estragar o filme para ninguem dessa geração mais nova que não tenha visto o filme ainda, por isso não vou falar muito. Saiba só que se trata de uma figura psicótica que possui uma relação estranha com sua mãe...


- Patrick Bateman
(Psicopata Americano)


Olha o Batman aí...
Esse é um dos menos conhecidos psicopatas do cinema. E um dos mais fascinantes também. O ator Christian Bale viveu (antes de topar ser o ''Homem-Morcego'') um escroto homem de negocios que é obcecado com a definição muscular do própio corpo. Certa noite, desconta o stress do trabalho em um mendigo na rua, e dai passa a gostar de matar. Mata seu amigo, suas namoradas, sua amante... mata muita gente. Claro que performance de Bale deu muito de veia cômica ao personagem. Em uma critica sagaz e hirônica á sociedade capitalista moderna, o filme mostra, com altas doses de humor negro, como o psicopata pode nascer dentro dos mais comuns engravatados por ai. Minha cena favorita é quando ele narra para uma vitima o sentido de uma musica, antes de mata-la ao som da mesma. Perturbador!

Filme mais que recomendado !!

- Hannibal Lecter
(Silêncio dos Inocentes - Hannibal - Dragão Vermelho - Hannibal: A Origem do Mal)


Com uma história narrada em quatro filmes, o psiquiatra canibal Hannibal Lecter é considerado por muitos o melhor vilão de todos os tempos. Eu não quero me demorar nele, quando tanta coisa já foi dita, ja foi debatida e etc. Ele está nessa lista não só por ser um ótimo vilão, mas pela atuação aterrorizante de Hopkins, que fez absurdos nos três filmes em que aparece ( destaque para o primeiro). Manipulador, maligno, inteligente, sarcástico ele tem tudo. Motivações torpes, ódio, rancor, desprezo e imoralidade estão associadas á sua figura. Lecter tem de tudo que faz um personage, ser perfeitamente perverso.

Então porque o segundo lugar?

Porque, meu amigo, nada é mais cruel que a realidade...


- Herry Lee Lucas

(Retratos de um Serial Killer)


Inspirado em um assassino real, o filme ''Retratos de um Serial Killer'' é, sem dúvida, o mais perturbador que já abordou o tema. E o que dizer de um cara que matou a própria mãe com justificativa de que ''ela era só mais uma vagabunda''??. Na categoria de ''spree killer'' ou ''matador impulsivo'' Henry faz o tipo solitário e perturbado, e é daqueles que mata por impulso, compulsão e instinto. Quando ele estoura, ele realmente estoura. Junto com um amigo matou muitas pessoas. O filme é realmente perturbador e não indicado para os de coração fraco. A frieza com que Henry olha, o vazio que ele carrega no olhar, é de se imaginar a dor e confusão que o personagem traz dentro de si. Claro que a direção do filme faz um grande trabalho, mostrando mortes brutalmente realistas e chocantes. Você não encontra esse longa em locadoras, nem em sebos que se presem, de tão perturbador que é o filme. Mas uma busca na internet e você o encontrará ;)

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Menção Honrosa - Mickey e Mallory Knox
(Assassinos por natureza)




Não poderia deixar de falar do casal de ''Mass Murderers'' mais adorado da América (quem viu o filme ou pelo menos leu meu texto sobre ele, vai entender o que estou falando). Interpretados por Woody Harrelson e Juliette Lewis o casal apavora e se torna ícone nacional ao matar muita gente em uma auto estrada. E tudo isso sem motivo nenhum. Foi só pela diversão.

sábado, 2 de abril de 2011

Terror/Suspense#01 - O Silêncio dos Inocentes


Filmado no final dos anos 80 mas lançado somente em 1991, o thriller policial ''O Silêncio dos Inocentes''(The Silence of the Lambs) se tornou uma das principais referências em filmes de suspense. Tratando a brutalidade humana de forma crua e espantosamente realista, o longa de Johnathan Demme choca e perturba, mesmo sendo visto tanto tempo depois de seu lançamento.

Baseado no livro de Thomas Harris, o roteiro circunda á fragilidade da personagem Clarice Starling (interpretada magnificamente por Jodie Foster), uma agente do FBI que ainda está na academia e que recebe uma missão de seu supervisor - entrevistar o frio assassino em série Hannibal Lecter (palmas para Hopkins), para conseguir o perfil psicologico de outro assassino a solta; Buffalo Bill, que esfola garotas e as mata em seguida.Para conseguir ter seu intento realizado, Starling cai nas artimanhas de Lecter, que a obriga aentrar em um joguinho mental de ''toma lá, dá cá'',ou seja - para conseguir uma informação sobre o caso, ela deverá contar algo de sua vida pessoal.

Durante o filme, a brincadeira do sádico Lecter começa tomar conta da vida da emocionalmente danificada Starling, que possui vários traumas enterrados em seu passado. Mas talvez enfrentar seus medos, ainda que pelos olhos de um psicopata, possa ser a saida que a agente precisava para mudar seu destino e conseguir capturar Bill.




Assassinos seriais já foram exaustivamente explorados pelo cinema. E em raras ocasiões, isso rendeu algo como vemos em ''O Silêncio dos Inocentes''. Um experiência brutal e intensa. Realmente pertubadora, considerando a riqueza de seus personagens e até mesmo a carga emocional da história, que é filmada brilhantemente por Demme. Usando truques de camêra que ficaram famosos (como a cena em que a face de Lecter aparece sobreposto ao roso de Clarice), o diretor consegue passar para a tela inforções importantes sobre os desejos e sentimentos dos personagens, além de criar o clima do mais absoluto Terror.

Pensando no lado mais filosófico (coisa em que sempre gosto de pensar), o filme retrata a maldade e a fraqueza de um olhar muito humano, que não deixa de ser aterrorizante - aliás, é mais aterrorizante. Lecter é uma mente terrivelmente doentia, mas que de algua forma, demonstra interesse pela fraca Starling. Seria somente pela ''diversão da caçada''?.Seria por desejo sexual?. Ou seria que ela despertou no fundo de sua alma, alguma coisa de compaixão?.

Com uma idéia ótima, o filme prossegue até seu bem orquestrado final, aonde tudo se fecha. não haverá grandes reviralvoltas, apenas um final bruto e terrivelmente frio, que certamente te deixará com um incômodo frio na espinha.




Sem dúvia, um filme que merece ser visto, e debatido repetidas vezes. É mais que indicado; uma experiência única no meio do suspense (e do terror). Boas atuações, personagens densos - ''O Silêncio dos inocentes'' é um filme que reinventa o gênero, dando até mesmo certo tom dramático aos thrillers. não existe hoje um filme de horror que não tenha a influência desse longa. Sem mais, queria recomenda-lo a todos que queiram um ponto de vista ssustadoramente humano, do que há de mais inumano em nós.


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sábado, 26 de março de 2011

Critica de SUCKER PUNCH - MUNDO SURREAL


Desde seu primeiro trabalho reconhecido, ''Madrugada dos mortos'', o diretor Zach Snyder tem se mostrado muito inovador em diversos aspectos, sendo o principal, o uso da imagem de maneira quase que ''quadrinistica'' na hora de compor quadros. Aqui, ''Sucker Punch'' segue a linha de filmes como ''300'' e ''Watchmen'', e faz uma homenagem ao universo pop/nerd com muito exito e louvor.

Mas o filme não fica somente nisso. O roteiro, apesar de não ser tão maravilhoso, é eficiênte e desenvolve bem a premissa do argumento. A trama circunda a história de Babydoll, uma menina que, após as mortes de sua mãe e de sua irmã, é enviada para um sanatório por seu padrasto. lá dentro, tenta descobrir uma forma de fugir, criando realidades alternativas dentro de sua própria mente.

Falando da fotografia, uma marca registrada de Snyder, ela serve bem a narrativa, especialmente nos dois primeiros ''planos de realidade'', aonde a coloração cinza estilizada funciona muito bem, especialmente para retratar a podridão do lugar no qual as personagens estavam inseridas. Com o decorrer do filme, essa tecnica vai sendo reiventada por Snyder - que se aprimora em seu estilo de filmar.

O roteiro mergulha nos mundos de uma maneira muito interessante, e as cenas são bem montadas e recortadas. E os mundos são realmente fantásticos. Snyder usa todo tipo de referência e cria uma obra legitimamente ''pop''. Por exemplo, temos referência á mundos ''steampunk'', a rpg e a obras de ficção cientifica (e até mesmo, uma pequena homenagem a videogames e animes).

Mas a obra não é perfeita. O filme não tem um fechamento tão satisfatório, ainda mais por tentar se sustentar no artificio de ''quero mandar uma mensagem''. A mensagem, no caso, soa clichê e muito batida. Apesar de ser valida, não ha muita sutileza na hora de enviar essa mensagem e o que fica é algo muito artificial.

Mas isso não tira a competência do longa, ainda mais pra quem é um entusiasta do mundo pop (quadrinhos/videogames/rpg). Se você curte essas coisas, seja bem vindo ao clube de fãs de ''Sucker Punch'', outra bela obra de Snyder, que nos deixa tranquilos esperançosos, especialmente para vermos como ele dará seu toque especial para o novo ''Superman''. Com uma história inventiva em seu conceito, com bela fotografia e competênte andamento, o filme é uma experiência quase completa, apesar de não ser perfeita tem muitos méritos. Levando QUATRO DE CINCO ESTRELAS no meu rank pessoal, indico Sucker Punch para quem quiser ter a cabeça explodida por efeitos deslumbrandes e um visual arrebatador.


PS - Nem citei a bela trilha sonora, que vergonha =(

quinta-feira, 24 de março de 2011

[Especial] Vidas sem Luz - Darren Aronofsky e seu ''Requiem para um Sonho''

Titulo Original - Requiem for a Dream
Direção - Darren Aronofsky

Roteiro - Hubert Selby Junior
Elenco - Jared Leto, Marlon Wayans, Jennifer Connelly e Ellen Burstyn



Requiém para um Sonho é diferente de tudo o que você já viu. Como um drama, possui uma plástica muito estilizada, que o torna um filme unico - Um visual muito inspirado em filmes que possuem cargas cavalares de subjetividade em seus roteiros, como ''Trainspotting'' e ''Mistérios e Paixões (Naked Lunch)''. Não era pra menos. O intimismo da narrativa, aliada ao bom uso e conhecimento da tecnica filmica criaram uma obra que dialoga diretamente com o espectador, em niveis inacreditavelmente profundos e até mesmo emotivos. Isso é uma carga dramática fantásticamente bem lapidada pelo diretor e pelo roteirista.

O filme narra a história de quatro personagens que tem suas vidas unidas por uma coisa quase que inerente a todo ser-humano - O ideal. O sonhar. Sem medir os riscos e as consequências de seus atos, Harry (Leto) e Tyrone (Wayans) decidem começar a traficar drogas. Vemos todo o submundo e marginalização do ser humano pela ótica dos dois rapazes, que sonham com glória. Paralelo a isso, vemos a história da mãe de Harry, Sara, que recebe um convite para participar de seu ''programa de auditório'' favorito. Seguindo essas linhas e usando e abusando do casamento perfeito entre a musica e as imagens o filme prossegue, se tornando um verdadeiro espetáculo moderno sobre o desespero, a dor e a loucura de quem carrega algo morto dentro de si - Um inatingivel sonho.




Darren Aronofsky soube muito bem usar bons elementos para criar o clima desejado e necessário para prender o espectador na cadeira. Desde a claustrofóbica tomada do inicio; a MAGNIFICA cena final, mostrando o trágico desfecho dos quatro personagens (a cena é filmada de cima, com os personagens em posições semelhantes, enquanto o explêndida ''Lux Aeterna'' toca como trilha sonora, ao fundo). Não é atoa que o diretor é considerado quase que um especialista em juntar a harmônia da musica com a métrica bem cauculada da montagem e da edição cinematográfica. basta uma olhadinha em seu mais recente trabalho, Cisne Negro, para notarmos isso. mas, por uma questão de gosto pessoal, considero que ''Requiem para um Sonho'' é o melhor momento do diretor, em especial nesse quesito. A musica é importantissima para a narrativa do filme. Não é atoa que o titulo carrega o nome de ''Requiem''.

Outra especialidade de Aronofsky é o drama intenso. Eu penso sempre nos longas melodramáticos que temos por aí. Os demais dramas são quase que brincadeira de criança perto de ''Requiem''. O filme te transtorna em um nivel tão subconciênte, que é impossivel não terminar boquiaberto e sem refletir o inteligente apelo amocional que o filme te mostra.Não é uma escolha ao acaso, narrar o filme nos suburbios e na marginalidade. Com um toque de critica social, o roteirista e diretor também quiseram, claro que com uma sutileza enorme, mostrar um fato incoveniênte - O Sonho Estadunidense está morto. As sociedades suprimiram a esperança e felicidade não consta na fórmula para o ''sucesso''.

Sem mais nada a acrescentar, apenas digo que ''Requiem para um Sonho'' é uma obra de mestre; um deleite cinematográfico. Coisa que é preciso cacife e muita habilidade para realizar. Recomendadissimo a todos.

ASSITAM!!



Um abraço \o/
Até a próxima.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Critica de DOCE VINGANÇA.

Primeiro, acho que devo um rápida explicação.
Porque eu fui ver este filme? -

Pra quem não sabe ''Doce Vingança'' é uma refilmagem, ou uma adaptação, do clássico do terror ''shock-o-rama'' dos anos 70; denominado de ''A Vingança de Jennifer''. O filme original é intenso, violento á niveis extremos - te choca/te agride/dá um tapa na tua cara sem nenhum motivo. Coisa que todo filme de terror das antigas fazia com muita habilidade, e que nenhum filme de terror mais novo faz. E outra, no meio do ano, saiu o filme ''Deixe-me entrar'', também um remake, só que de um filme sueco. E, para a surpresa geral, esta versão americana da história vampiresca é muito eficiênte. Queria eu que ''Doce Vingança'' fosse da mesma forma.

Pra começo de conversa, o filme não inova em nada, não choca em nada e nem sequer serve como entretenimento dos mais baratos. É fraco,fraco,fraco. Depois de ''Jogos Mortais'', ''O Albergue'' e dos filme de Robie Zombie(''A casa dos 1000 corpos'', por exemplo) filmes sobre tortura e sadismo não funcionam, se não sofrerem um reinvenção. Ou se pelo menos forem bem executados. Aqui, Doce Vingança não atinge nenhum dos dois aspectos.

O filme fala sobre a escritora Jennifer Hills, que se retira para um chalé longe da civilização para trabalhar em seu novo romance (que, pelo que nos é mostrado, seria horroroso como o roteiro deste filme). Enfim, lá ela é violentada por caipiras da região (as piores intepretações inclusas). não preciso nem falar que ela ficará profundamente perturbada e sairia num rampage de violência para exterminar seus algozes.

Quando digo que o roteiro é ruim, me refiro as falas. Também posso colocar na lista que a direção é ruim, visto que a ação é profundamente falha e mal planejada. O diretor, em determinadas cenas, usa o mesmo recurso já muito batido de utilizar microfonia para criar a tensão. Essa estratégia é tão rudimentar que não provoca mais nem frio na barriga.As atuações também são muito fracas. A protagonista não tem carisma nenhum, e os antagonistas são grotescamente mal encarnados.

Muito será comentado a respeito da fotografia, tentando atribuir o fato da fotografia ser monocromática e escura á um merito do filme. Quem tem exaustivamente visto filme e mais filme do gênero, já sabe que essa forma de fotografia é algo estupidamente passado. Ainda mais nos filmes atuais.

Enfim, ''Doce Vingança'' é um nada. Um zero, um filme sem nenhum atrativo.
UMA ESTRELA EM CINCO para fazer caridade.



Porque eu ainda assisto filmes desse tipo?
Acho que é o meu amor ao gênero...ou minha ingênuidade...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Critica de BRAVURA INDÔMITA.


''Bravura Indômita'',é uma refilmagem de um clássico do western da década de 60,que,por sua vez,é inspirado um livro de mesmo nome.Logo que assisti aos trailers,confesso - fiquei empolgado.Criei grandes expectativas com relação ao filme dos Coen.Mas,conforme a projeção do filme realmente prosseguia,vi essas expectativas serem derrubadas,uma a uma.

Claro,posso ficar aqu falando da direção,da fotografia,da edição ou da montagem,que são pontos positivos do longa.Mas,o filme apresenta falhas gravissimas na minha opinião.O filme torna-se mais uma aventura,tipica de nossos tempos,com uma certa dose dramática,que não sustenta o roteiro e não empolga em quase nenhum momento.Os personagens realmente não são tão desenvolvidos.A protagonista,a garota Mattie Ross (a atriz Hailee Steinfeld),não é interessante,é somente mais uma espécie de ''menina-prodigio'',personagem tão descascado na industria.Também posso falar da atuação de Steinfeld - realmente,ela não é (pelo menos,pelo que pude ver nesta fita) uma atriz de expressão.

Falando dos outros personagens,temos Jeff Bridges (um bom ator,se não for ótimo) vivendo o federal Rooster Cogburn,que,se não fosse pela própria atuação de Bridges,poderia cair num verdadeiro ''clichê ambulante''.E temos também Matt Damon (curioso,os dois tem filmes comentados aqui,no blog) como o ''texas ranger'' LaBoeuf.Damon,não tem o talento de Bridges,e seu personagem é realmente ofuscado (tirando os erros do roteiro na hora do desenvolvimento do personagem).

Da história - Mattie Ross teve seu pai assassinado por um empregado,e deseja vingança.Para isso,ela contrata um federal excêntrico e violento para caçar o criminoso.Os dois serão acompanhados pelo patrulheiro texano LaBoeuf,que deseja capturar o criminoso por motivos próprios de seu estado.

O roteiro é a maior falha do filme.Poucos são os diálogos memoráveis.Quando digo que o filme se torna um mero ''filme de aventura'',quero dizer que - filmes de western mais clássicos eram famosos por conter um oteiro um pouco mais trabalhado,com sacadas que tornavam o ato de assistir o filme um experiência realmente interessante.Aqui,nada se acrescenta a nada,e dáa té mesmo o tom de vazio ao filme.

O filme,como já fo dito,se transforma em um filme normal de aventura de nossa época,nada de tão extraordinário.É um filme comum,com seus muito erros,mas que também tem seus acertos.Impossivel comaprar com ''Onde os Fracos não tem Vez'',também dos Irmãos Coen,que é um filme diferenciado e altamente recomendável.Aqui,''Bravura Indômita'' não faz nada além de pegar um roteiro simples e exibi-lo com bons aspectos técnicos.O filme,no entanto,se arrasta e possui uma ''gordura que poderia ser cortada''.

Mas,algo deve ser dito,o filme tem pontos positivos.A direção e a narrativa do filme é muito competente.A desvantagem que é a chatice do roteiro é,em muitos momentos,compensada pela técnica e habilidade dos Coen de se dirigir um filme.

Avalio ''Bravura Indômita'' como um filme pássavel.Não me pegou,não me comoveu,não me inspirou.Apesar da boa direção e dos bons aspectos técnicos,o roteiro que avalio como comum,não empolga e o filme não emplaca.Não darei,no entnato,uma pontuação baixa para o filme,pois não se trata de um filme ruim.É somente ''mais do mesmo''.Por isso,lhe dou TRÊS ESTRELAS EM CINCO.

Realmente,não é filme para Oscar,e eu estou na minha torciada para ''Cisne Negro'' levar essa.Veremos. ;)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quadrinhos Favoritos(2) - The Boys


Post mega-relâmpago para falar desta HQ maravilhosa ;)



Pense no seu herói favorito
Pensou ?
Quem ele é - O Superman,o Batman,o Homem-Aranha ?

Pois é,pense em todos os poderes,em toda a fama e todo o reconhecimento e baba-ovice da sociedade em cima desses caras.Pense que todo tipo de sentimento nobre que algum desses super-seres possa sustentar é facilmente ocultado por um ego inflado,por arrogância extrema e por megalomania.Então os ''heróis'' se tornam grandessissimos filhos da puta,não?

Essa é a premissa (genial) de ''The Boys'',escrita pelo mesmo roteirista de ''Preacher'' (leiam meu ultimo post q).Na Graphic Novel,um grupo de mercenários é contratado pela CIA para manter os ''heróis'' no lugar,caso eles usem seus superpoderes para algo que ameace a ''segurança nacional''.Não se engane,não se trata de algo tipicamente ''Yankee'',muuuuito pelo contrário.Toda a cultura de massa de adoração á seres magnanimos é desconstruida habilmente por Ennis - Os seres perfeitos de capa e colante se tornam nada além de ''show-off''.Adicione a essa mistura humor negro,violência gráfica,palavriado chulo e litros e mais litros de sangue,e você terá algo totalmente fora do politicamente correto Estadunidense.

Garth Ennis diz odiar os quadrinhos de heróis - pela pose,pela imagens,pelo discurso ultrapassado (na visão do autor).Não é atoa que ele foi responsável pela melhor fase do Justiceiro,que pra quem não sabe é o total oposte do que nossa mente imagina como ''herói''.Trata-se de uma figura quase que psicótica,que não para pra pensar antes de cometer um homicidio.

Logo na primeira revista,o líder do grupo de mercenários (o Açogueiro),coloca seu ponto de vista sobre as figuras heróicas da nossa era moderna.Um ponto de vista que pode ser realmente o do próprio autor.O mais legal da revista,está na tecnica narrativa adotada por Ennis e por seu ilustrador,que consiste em narrar a história fazendo um paralelo entre passado e presente,podendo explorar o passado de seus personagens atribuindo uma fluência maior a trama.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quadrinhos favoritos(1) - PREACHER



Escrita por Garth Ennis,''Preacher'' é o que vem á minha mente quando penso em uma HQ que realmente seja digna de receber o titulo de ''adulta''.Tratando de forma polêmica,temas como sexo,alcool,morte,e é claro,religião,a Graphic Novel de 66 edições se tornou uma de minhas favoritas assim que tive o privilégio de ler seu primeiro volume.O fato é que,só quem tem maturidade pode ler suas páginas sem ficar incomodado com o conteúdo ali retratado.

Falando da trama,trata-se da história do reverendo Jesse Custer,um pastor que se revolta com a quantidade de absurdos que era obrigado ouvir da boca da população de sua cidade no Texas.Coisas que iam desde estupros á ''comer merda'' para pagar apostas.No entanto,em uma manhã de sermão,Custer é possuido por ''Genesis'',uma criatura misto de demônio e anjo.Essa criatura concede á Custer a ''voz de deus'',ou seja,o dom de comandar as ações de outras pessoas.

O mais interessante da leitura,é ver como seres misticos são retratados.Dando um exemplo,anjos,querubins e serafins não são retratados com a pureza divina que costumamos a ver,mas sim com a arrogância típica de uma elite.Dando a luz da modernidade sobre a mitologia ''judaico-cristã'',Preacher choca por essa abordagem,crua e sombria - mas sem perder a chance de soltar uma piada soturna de vez em quando...

No decorrer de seu caminho para descobrir porque foi escolhido pelo ''Genesis'',Jesse Custer,se encontra com sua esposa,Tulipa'O'Hare e com o vampiro irlandês(!!),Cassidy ( provavelmente o vampiro mais modafucka já inventado).Juntos,eles partem em busca de respostas,enquanto o ''Santo dos Assassinos'',o espirito de um grande matador do seculo XIX,está no encalço dos três.

''Preacher'' funciona como um tapa na cara,e sem nenhum motivo.Foi uma agressão,só pelo prazer da coisa - mas que ainda assim te faz parar para pensar sobre certas coisas.É isso que gosto tanto na HQ.Ela funciona como o antídoto á tantos ''livros de auto-ajuda'' que somos obrigados e digirir enquanto o mundo apodrece.


(tá bom,juro que vou parar por aqui).

Enfim,recomendo que você leia,ainda mais se estiver familizarizado com o selo VERTIGO de quadrinhos,ou se leu alguma HQ mais adulta,como ''Kick Ass'' e gostou.Você está entrando no caminho correto... ;)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Critica de CISNE NEGRO


Eis o grande filme que todos estavam esperando.
Se tratando de dramas,''Cisne Negro'' tem muito de influência de ''thrillers''.Apesar do peso dramático do roteiro,o filme é construido num visual quase que Hitchcockiano.Mas não se engane - aqui ,não veremos assassinos psicóticos,nem nenhum perigo batido e já exaustivamente explorado pela industria.Aqui,o perigo é você mesmo.Sua própria personalidade,o que você pode se tornar e etc.Se na minha análise de ''Deixe-me Entrar'' eu falei sobre um ''lado negro'',aqui,essa questão é colocada á um ponto limite.

Natalie Portman é uma fragil bailarina,que deseja conseguir o papel principal em uma montagem de ''O Lago dos Cisnes''.Com um passado negro e patológico (que realmente não é jogado na sua cara como outros filmes fazem,é apresentado com uma incrivel sutileza),com uma mãe obssessiva,e que deve lidar com problemas em sua própria mente.

Com o desenrolar do filme,vemos como a personagem de Portman deve lidar com esses problemas e se transformar - da figura frágil,sensível e ingênua,para algo ''mais''.No entanto,esse processo quase a destruirá ... e vou parar de falar por ai para evitar spoilers.

Eu ainda não decidi o que brilha mais,na projeção - se é a direção,as intepretações (Nat faz aqui,seu melhor filme) ou se são os aspectos tecnicos (fotografia estilizada,som,trilha sonora e montagem).Mas acho que fico com o roteiro,como grande astro.Vemos uma profundidade fantástica,coisa que fica cada vez mais raro de se ver por aí.A densidade da história me toca,ao ponto de que,em determinado momento,me vi refletindo sobre minhas próprias fraquezas e momentos de ''loucura''.

Quanto aos tais momentos de loucura - cada um deles funciona como alegorias ao que está sendo contado na linha principal da história,que irá compor o psicológico da personagem.Aliás,eu estive pensando,e acredito que este filme é inteiramente narrado sob a perspectiva da protagonista.E não se engano,a ''narração em off'' não está presente no filme - o que coloco é que a todo momento estamos em contato com o que sente aquela personagem,o que ela vê e o que ela pensa,até mesmo sem saber se o que vemos é real ou onirico (muitas cenas do filme tratam dessa camada ''realidade/sonho'').

Muitos não irão se sentir confortáveis com o forma de filmar do diretor (mesmo de ''Requiem para um Sonho''),o que torna a experiência ainda mais intensa.Realmente,ver esse filme no cinema foi algo único - não terá o mesmo impacto do que assisti-lo em casa.

Cisne Negro é uma experiência única,como entrar na cabeça de outra pessoa,e o filme tenta passar os setimentos e senções dessa pessoa para o público com a tecnica filmica e usando de grandes atuações.É um trabalho de artista,um filme que provavelmente será referência futura para as gerações vindouras.Com uma ótima base,uma obra cinematográfica na qual as imagens e os sons complementam a escrita com uma beleza e harmonia quase que sinfônica.É um filme amis que recomendado,mas que tem uma intensidade que não será entendida ou apreciada por todos.Só para os mais ''profundos''.Eu concedo á Cisne Negro CINCO ESTRELAS EM CINCO.





















PS - Post dedicado á Prii e ao Daniel,que viram essa obra prima comigo - e que são ''leitores assiduos'' aqui do blog ;)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Critica de DEIXE - ME ENTRAR

Ao falar de Horror Norte-Americano,é preciso sempre ter muito cuidado e respeito.No passado,a terra do Tio-Sam já produziu grandes clássicos (embora os mais ''alternativos'' prefiram o cinema Italiano,com seu mestre Dario Argento).É inegavel o mérito de filmes como ''O Iluminado'' ou ''O Exorcista'',que nas décadas de 70 e 80 tratavam com maestria sobre temas sobrenaturais.

É também inegavel os méritos do cinema ''grindhouse'',com sua maior obra - ''Uma Noite Alucinante'' ou ''A Morte do Demônio 2 '' (vale a pena dizer que o primeiro ''Evil Dead'' era,o que na industria chamamos de ''gore'',um gênero distinto ao ''trash'',que se limita á violência extrema e chocante).E,é claro, podemos incluir na lista,filmes de um suspense intenso,como ''O Silêncio dos Inocentes'' e ''Se7en'',que traziam o pânico e o terror para a mundo mais crível.

Atualmente o cinema de Horror Norte-Americano (pelo menos,a cena ''mainstream'') tem se dedicado a fazer um filme pior que o outro*.E da-lhe remakes de filmes clássicos,e continuações,e filmes imbecis que não são intensos nem para uma criança de quatro anos...

Na ''Nova Era'',a moda é refilmar.Refilmagem de filmes asiáticos e europeus.E não é só por que os americanos não gostam de ler legendas.Tem uma questão maior que é a linguagem cinematográfica usada nesse tipo de filme de Terror,que não iria atrair as massas estadunidenses pros cinemas.Pelo menos,é o que pensam os grandes produtores e tubarões da Indústria.

E assim veio a noticia de refilmar um filme sueco - o ótimo ''Deixa ela entrar''.Ai começam os questionamentos - ''seria preciso uma adaptção par aos cinemas norte americanos?''.Sendo preciso ou não,o fato é que fui conferir a visão Hollywoodiana de ''Deixe ela entrar''.E quer saber? - dane-se se é preciso,ou não - se for uma coisa de qualidade e fiel a obra original,não tem porquê se preocupar.E sim,''Deixe-me entrar'' é maravilhoso.

Uma coisa,no entanto,deve ser dita.''Deixe-me entrar'' é inferior ao seu original.Mas digo isso,mais por questão de gosto pessoal,do que qualquer outra coisa.mas essa não é a questão.O filme tem um peso dramático tão intenso,que o horror e o absurdo do filme são as situações em que o protagonista se encontra.É extremamente tenso ver um garotinho de doze anos adentrando em um lugar sombrio,que nem ele sabe como controlar.A metáfora do filme é essa 9pelo menos,foi uma das minhas interpretações) - a infância pode ser uma fase complicada,para muitos,então,nada mais adequado do que representar isso com o horror de uma relação entre um garotinho inocente e um vampiro da mesma idade - representando a total desolação e falta de inocência.

Em determinado momento da projeção a garota Abby (vivida por Chloë Grace Moretz),o vampiro da história,diz para o garoto Owen (o espetacular Kodi Smit-McPhee,que muitos devem conhecer como o garotinho de ''A Estrada'') ''I 'am Nothing'',ou,''Eu não sou nada''.Isso volta a questão do vampiro como um ser que odeia a si próprio e odeia o que deve fazer para sobreviver.Uma metáfora conveniênte para a violência da natureza humana e nosso conflito com a moral.Acho isso brilhante!

Enfim,não quero falar nada sobre montagem,sobre direção,sobre trilha sonora,edição de som e outros aspectos tecnicos. Só queria dizer - Que bom que os americanos viram nesse tipo de história,um roteiro rentavél,pois imagine se a moda pega?.Imagine voltar a ver grandes filmes de terror com um grande nivel de profundidade,com tensão e até mesmo com drama,ao contrário das fitas rasas e pifias que temos hoje em dia??

Eu realmente espero que ''Deixe-me entrar'' sirva de exemplo para os ''Yankees'',para que o bom horror pessa voltar a circular no circuito principal,e que essas fitas chupadas e sem alma (e porque não - sem sangue?) sejam extirpadas para o quinto dos infernos.

Pela fidelidade á obra original,por todos os temas levantados e pela esperança de trazer o bom terror de volta ás telas,eu só posso dar á ''Deixe me entrar'' o ranking de CINCO ESTRELAS EM CINCO!!




*
Eu sei um pouco sobre o atual terror norte americano,que,fora do circuito comercial ainda gera alguns frutos.Mas entendam o ponto de minhas esperanças - atrair produtores e diretores para filmes como ''Deixe-me entrar'',poderia tirar o terror do underground e dar-lhe a boa caracteristica que merece - a de CINEMÃO!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crítica de ALÉM DA VIDA


Antes de começar a falar sobre ''Além da Vida'',é preciso pontuar algumas coisas sobre Clint Eastwood.O ex-astro de filmes (bacanas) de faroeste,teve sua estréia na direção no filme de 1971 ''Play Misty for me'' ou ''Perversa Paixão''.Depois,foi o realizador de filmes muito competentes,todos tratando de questões humanas de uma vista complexa e com uma carga drámatica muito forte.Seus filmes são densos.Dentre alguns eu destaco ''Gran Torino'',''Sobre meninos e lobos'',''A troca'',''Invictus'' e seu melhor filme ''Menina de Ouro'',que muita gente deve conhecer e gostar.

E,também,antes de começar a falar sobre ''Além da Vida'' é preciso falar de alguns filmes que falam sobre o pós-vida,ou a vida após a morte.Pra resumir a ópera,vou citar aqui um só,um dos melhores - ''Amor além da vida'' - que tem o titúlo semelhante á produção de Eastwood,mas possui uma história diferente.Após o fiasco de filmes como ''Nosso Lar'',que não investiu na carga dramática de seus personagem,se tornanto um filme quase que propagandistico e ''evangelizador'',seria de se pensar quem é que sabe fazer filmes desse tipo.

Mas eis que surge ''Além da Vida'',e eu já soube que podia confiar no filme.Um cara como Clint Eastwood tem o cacife e a carga para construir um ótima drama com essa temática.Bastava olhar em seu passado para saber como ele faz uso das relações humanas,e como sabe construir cenas,quadros e usar uma narrativa que dá base para o roteiro.

Daí vem a diferença entre ''Nosso Lar'' e ''Além da Vida'' - enquanto o primeiro se apegava á parte religiosa,aqui vemos o lado humano;como a humanidade lidará com a eminência da morte,e com experiências relacionadas a esta.

A história é sobre três personagens distintos - uma jornalista que sofre uma ''EQM'',um menino que perdeu seu irmão e um medium,que acredita viver uma maldição e não um dom.Os personagens são desenvolvidos até certo ponto,sim,e os atores para cada papel foram bem escolhidos (é legal ver Matt Damon fora de filmes de ação,como a trilogia Bourne),mas a carga dramática que eu esperava,faltou.É impossivel comparar este filme aos demais trabalhos do diretor.

Outra falha do filme é ser um pouco demorado,arrastado - e não digo isso por sua duração.O filme tem uma narrativa que deixa o filme longo,e,em determinados momentos cansativo.

Seus pontos positivos,estão realmente nos personagens.Em uma das cenas,o personagem de Damon (atormentado por suas habilidades) é obrigado a fazer uma ''comunicação com o outro lado'' ,devido a insistência de uma amiga.O que rola entre os dois atores,a expressão de Damon ao contar aquilo que ele detesta em si mesmo é uma dos pequenos detalhes que dão emoção ao filme.Mas como eu disse antes,faltou alguma coisa,talvez devido ao desenvolvimento do filme,que como já disse é lento.

Para concluir,''Além da Vida'' é um filme bom,sim.Bem estruturado e interessante,com uma boa mensagem - entenda e encare a vida,antes de faze-lo com a morte.Mas,enquanto filme,ele se arrasta e não possui a mesma carga dramática realmente necessária á um filme que trata desse tema.Eu lhe dou,então TRÊS ESTRELAS EM CINCO


Até a próxima ;)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quotes(1)


~ All the animals come out at night - whores, skunk pussies, buggers, queens, fairies, dopers, junkies, sick, venal. Someday a real rain will come and wash all this scum off the streets

~ Listen you fuckers, you screwheads - Here is a man who would not take it anymore.A man ho stood up against the scum,the cunts,the dogs,the filth,the shit.Here is a man who STOOD UP




(Travis Bickle - Robert DeNiro - Taxi Driver)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Debatendo Watchmen 01 - Código de Conduta.

Escrita por Allan Moore e ilustrada por Dave Gibbons,a HQ ''Watchmen'' é considerada por muitos como a melhor publicação em quadrinhos de todos os tempos.Minha intenção nessa série de posts é iniciar a discução sobre alguns aspectos da obra,que é incrivelmente complexa e profunda.

O TEXTO ESTÁ REPLETO DE SPOILERS!!


Watchmen apresenta uma interpretação mais realista dos heróis típicos das histórias em quadrinhos.Logo vemos isso pelo título da Graphic Novel,que insiste em chamar os tais heróis de ''vigilantes'',retirando toda a aura de magia e encantamento que estes personagens geralmente apresentam em arcos quadrinísticos normais.

No universo da revista,cada um desses vigilantes começou com a mesma motivação - livrar a sociedade do que era considerado maligno.No entanto,com o passar do tempo,cada um deles desenvolve sua própria idéia do que é maligno e de como esse mal deve ser combatido.O maior exemplo é dos personagens principais,o ''sociopata'' Valter Kovacs,de codinome ''Rorschach''.Em determinada passagem do livro,Kovacs encontra-se com o estuprador e assassino de uma garotinha.Não se contendo,Rorschach ateia fogo ao corpo do criminoso,com a justificativa de que ''homens vão para a cadeia;animais são executados''.Rorschach se torna então uma figura cada vez mais violenta e cada vez mais soturna,não parando para pensar antes de tirar uma vida.Ele desenvolve um código interno de conduta - para ele a sociedade é maligna,mas mesmo assim,ainda existe a divisória entre o bem e o mal e,independente de quem isso prejudique,o mal deve ser punido...

Seguindo o mesmo padrão,todo personagem em Watchmen apresenta essa conduta que é meio ''torta'' e não correta pelos olhos de nossa sociedade.Edward Blake,um ex-vigilante e agente do governo,conhecido como ''o Comediante'',tem uma visão semelhante á de Rorschach,com uma ressalva - ele escolhe ser maligno como a sociedade,escolhe ser uma paródia dela.Se toda sociedade é má,porque eu deveria ser bom com ela?.Nada mais justificado,para seu código interno,do que ser brutal.É na frase,que ele próprio diz,que encontramos essa visão - ''quando você percebe que o mundo é uma piada,nada mais faz sentido,além de se tornar um comediante.''

Para encurtar essa postagem,gostaria de ir direto para o mais controverso personagem de toda a obra - Adrian Veitd - o ''Ozymandias''
Um visionário,Veidt estava inserido no contexto da Guerra Fria em que a história se passa.Sendo considerado o ''homem mais inteligente do mundo'' sua ética emocional é comprometida,por ser puramente racional e calculista.Buscando uma solução para o fim do conflito entre a URSS e os EUA,veidt decide forjar um ataque á Nova York,jogando o mundo contra um inimigo comum,que não é real.A questão toda do personagem é se os fins realmente justificam os meios.Ele precisou matar milhares de pessoas,para jogar o mundo em um tratado de paz.Lançando um olhar frio,ele é um gênio - lançando um olhar mais ético e emocional,um monstro.Como todos os demais personagens,cabe a você ponderar e decidir...

Realmente,a complexidade da narrativa se estende aos personagens,sendo eles complexos e multifacetados,não caindo na dicotomia de ''bem X mal'' que preenche as histórias em quadrinhos no geral.Allan Moore foi um gênio quando resolveu se aprofundar nas origens e pensamentos de suas ''criaturas'',pois isso é que é a grande riqueza de sua obra prima.
Desculpem pela falta de imagens =(
Até um próxima



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Crítica de TRON - O LEGADO.

O cinema é cheio de peculiaridades.E creio não estar sendo equivocado quando chamo a Tron (de 1982) de ''o clássico que ninguém viu''.O filme se tornou uma das maiores referências da ficção cientifica,no entanto,foi um fracasso comercial.Tratava-se de um projeto experimental dos Estudios Disney,na época em que os efeitos especiais revolucionários tinham que ser programados sem uma interface gráfica.Mas,o importante é que o filme é hoje,um ''cult'',se posto dessa maneira,que conquistou alguns fãs.

Caso isso não tivesse ocorrido,a idéia para uma sequência anos depois,quando a tecnologia estava muito mais avançada,não teria sido concebida.No entanto,enquanto o filme original ainda apresentava idéias e conceitos interessantes para o mundo SCI-FI,o novo filme cai no erro de tentar se manter somente nos efeitos visuais.

Na minha opinião patética,o filme apresenta sim,efeitos visuais incriveis,dignos de se chamarem de arte.No entanto,o roteiro é raso,sem quase nada de profundidade.Os conceitos apresentados não são ampliados e desenvolvidos,e certas coisas são até mesmo mal explicadas.

Sem dar spoilers do enredo,o filme fala sobre um mundo tecnologico,habitado por programas de computador,criados por um programador - Kevin Flynn,vivido por Jeff Bridges - que se perde dentro do mundo.Passado anos após seu desapareciemento,seu filho parte em uma jornada para encontra-lo e salvar esse ''mundo digital'' da opressão do terrivel Clu.Whatever.

Só de se ler a sinopse,já dá para perceber como o filme termina.Aliás,durante a projeção,eu já pude prever os desfechos e ações de cada personagem.O que é um dos pontos fracos do filme,já que isso torna o ato de assistir desinteressante.

No entanto,o filme é competente em seus aspectos técnicos.O fotografia é bonita,com seu tom escuro estilizado,a montagem frenética serve bem á um filme de aventura e a trilha sonora feita pelo grandioso Daft Punk é excelente (talvez a melhor coisa do filme).Apresentando cenas com bela plasticidade (como a corrida de motos luminosas,por exemplo) somos introduzidos nesse cenário,que provavelmente doi todo feito em tela verde,criando uma atmosfera de de ''modernidade'',que é válida,e com certeza será referência ao universo da ficção cientifica em filmes vindouros.

Para concluir,digo que TRON - O LEGADO pode até ser uma experiência interessante,pelo seu visual.Mas sua história incongruente o transforma em um filme meramente mediano.Eu lhe dou DUAS ESTRELAS EM CINCO

Até a próxima.